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Por Redação O Sul | 11 de dezembro de 2018
A companhia aérea Avianca entrou nesta terça-feira (11) com pedido de recuperação judicial. A informação foi confirmada pelo TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo). O processo segue em segredo de justiça. A Avianca tem acumulado diversos problemas financeiros. No segundo trimestre deste ano, a companhia aérea reportou prejuízo de R$ 144,6 milhões.
Na semana passada, a Avianca foi acionada judicialmente pelo não pagamento do arrendamento de aeronaves. À época, a companhia informou “negociações fazem parte da rotina de qualquer empresa para otimização de resultados” e rejeitou qualquer possibilidade de entrar com o pedido de recuperação judicial.
Empresa tem quarta maior fatia do mercado
A Avianca opera voos regulares desde 2002 e, segundo dados da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), tem a quarta maior fatia do mercado. Entre janeiro e outubro, a transportou 10,265 milhões de passageiros, o equivalente a 10,6% do total. A empresa opera em 26 destinos domésticos e 4 no exterior, com 290 decolagens diárias.
Ações
Em um processo movido pela irlandesa Constitution Aircraft Leasing, a Avianca é acusada de deixar de pagar parcelas do arrendamento de 11 aeronaves. Na decisão, o juiz Fernando José Cúnico proibiu a companhia aérea de levantar voo com os aviões e determinou busca e apreensão das aeronaves. Em outra ação, a BOC Aviation também acusou a Avianca de falta de pagamento.
Recentemente, a companhia anunciou a suspensão de voos que ligam o Recife ao Rio de Janeiro e a Bogotá. A companha aérea também interrompeu uma frequência para o Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo, com saída da capital pernambucana.
Endividamento
No trimestre encerrado em junho, a companhia captou R$ 130,7 milhões em empréstimos com os bancos ABC, Daycoval, Safra e Fibra, com vencimentos entre 2018 e 2021. Assim, o volume de financiamentos, que no fim de 2017 somava R$ 194 milhões, chegou a R$ 306 milhões seis meses depois, aponta relatório entregue à Anac.
No documento, a empresa afirma que tem conseguido aumentar suas receitas, mas não o suficiente para compensar as altas no preço do combustível e a variação cambial. Diz ainda que está controlando os gastos e que pretende recorrer ao mercado para estender o prazo dos empréstimos. Do total da dívida financeira, apenas 22,7% vence em 2021, o restante, até 2019.