Sexta-feira, 19 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 30 de abril de 2016
Bagdá declarou estado de emergência neste sábado (30), após milhares de manifestantes xiitas ocuparem o Parlamento, em protesto contra o fracasso dos deputados em formar um novo governo tecnocrata, prometido pelo premier Haider al-Abadi. Eles invadiram também a chamada Zona Verde da cidade — área fortificada que abriga sedes de embaixadas e prédios do governo.
Os legisladores deixaram o prédio antes da tomada dos manifestantes, o que gerou gritos de “Os covardes fugiram!”. Simpatizantes do clérigo muçulmano xiita Moqtada al-Sadr, os participantes do protesto levavam bandeiras do Iraque e gritavam palavras de ordem pedindo paz.
Alguns deles montaram tendas dentro do Parlamento, demonstrando que planejam permanecer no local. Outras centenas permaneceram do lado de fora dos muros fortificados.
Embora a tomada do prédio tenha sido pacífica, cerca de 12 pessoas foram feridas ao entardecer, quando a polícia usou balas de borracha e bombas de gás para que pessoas parassem de entrar no prédio.
Os partidários de Sadr, entre eles membros de milicias xiitas, já controlaram grandes áreas de Bagdá e ajudaram a defender a capital de ataques do Estado Islâmico (EI). Manifestações acontecem sem cessar há semanas nos portões da zona fortificada, após pedidos do clérigo para que a população pressione o governo a fazer reformas.
Segundo o escritório do clérigo, milícias xiitas e forças de segurança do governo se uniram de forma não oficial na frente do prédio, tentando controlar a entrada das pessoas.
Haider al-Abadi, primeiro-ministro do país, quer trocar alguns ministros, escolhidos de forma a equilibrar as divisões partidárias, étnicas e religiosas do país, por técnicos, supostamente para combater a corrupção. Segundo ele, a demora para fazer as mudanças atrapalha a luta contra o Estado Islâmico. (AG)