Quarta-feira, 24 de abril de 2024

Porto Alegre
Porto Alegre, BR
21°
Cloudy

CADASTRE-SE E RECEBA NOSSA NEWSLETTER

Receba gratuitamente as principais notícias do dia no seu E-mail ou WhatsApp.
cadastre-se aqui

RECEBA NOSSA NEWSLETTER
GRATUITAMENTE

cadastre-se aqui

Economia Banco Central eleva a taxa básica de juros da economia brasileira para 13,25% ao ano

Compartilhe esta notícia:

Autoridade monetária, comandada por Alexandre Tombini, tenta controlar a inflação. (Foto: Antônio Cruz/Abr)

O Copom (Comitê de Política Monetária) do BC (Banco Central) decidiu nesta quarta-feira (29) elevar a Selic (taxa básica de juros da economia brasileira) de 12,75% para 13,25% ao ano, uma nova alta de 0,50 ponto percentual. Esse foi o quinto aumento consecutivo da taxa, que segue no maior patamar desde o início de 2009, quando estava em 13,75% ao ano.

A decisão confirmou a expectativa da maior parte dos economistas do mercado financeiro. Com uma taxa mais alta de juros, o BC tenta controlar o crédito e o consumo, atuando, assim, para segurar a inflação. Por outro lado, ao tornar o crédito e o investimento mais caros, os juros elevados prejudicam o crescimento da economia. O novo aumento dos juros básicos acontece em um momento delicado, com a economia ainda se ressentindo de um baixo nível de atividade, com desemprego em alta (o maior desde 2011), mas com a inflação fortemente pressionada pelo aumento de tarifas públicas, como energia elétrica e gasolina, embora o dólar tenha registrado queda nas últimas semanas.

Ao fim do encontro do Copom, o BC divulgou o seguinte comunicado: “Avaliando o cenário macroeconômico e as perspectivas para a inflação, o Copom decidiu, por unanimidade, elevar a taxa Selic em 0,50 p.p., para 13,25% a.a., sem viés”. Essa foi a primeira reunião do Copom  com a presença dos novos diretores do BC Otávio Ribeiro Damaso (Regulação) e Tony Volpon (Assuntos Internacionais).

Pelo sistema de metas de inflação vigente na economia brasileira, o BC tem de calibrar os juros para atingir objetivos pré-determinados. Para 2015 e 2016, a meta central de inflação é de 4,5%, mas o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), que serve de referência, pode oscilar entre 2,5% e 6,5% sem que a meta seja formalmente descumprida. O próprio BC já admite que a inflação deve estourar o teto de 6,5% do sistema de metas em 2015. A autoridade monetária tem dito que trabalha a fim de evitar a propagação da inflação neste ano e para trazer o IPCA para o centro da meta, de 4,5%, até o final de 2016.

Em março, a inflação oficial ficou em 1,32%, depois de avançar 1,22% em fevereiro, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). A taxa é a maior desde fevereiro de 2003, quando atingiu 1,57%, e a mais elevada desde 1995, considerando apenas o mês de março. Para este ano, o mercado prevê um IPCA de 8,25% ao ano, o maior patamar desde 2003.

Do lado da atividade econômica, analistas não descartam a possibilidade de o País entrar de novo em recessão, a exemplo do registrado no ano passado. A chamada recessão técnica se caracteriza por dois trimestres seguidos de contração do PIB (Produto Interno Bruto). A expectativa da maior parte do mercado financeiro, apurada na semana passada pelo BC com mais de  cem analistas de bancos, é de que a economia brasileira tenha retração de 1,1% em 2015  – a maior em 25 anos.

Confederação Nacional da Indústria

A CNI (Confederação Nacional da Indústria) afirmou que a alta da Selic impede que o ajuste fiscal e monetário seja compensado por medidas de estímulo à competitividade. Segundo a entidade, a elevação   desestimulará ainda mais os investimentos e o consumo das famílias. Na avaliação da CNI, o BC poderia repensar a trajetória dos juros diante da atual condição econômica do País.

“Para a CNI, o fraco desempenho da economia, a valorização do real frente ao dólar e o ajuste nas contas públicas são suficientes para reduzir as pressões sobre a inflação. E, diante desse quadro, o Banco Central poderia rever a trajetória de aumento dos juros”, destacou o comunicado da entidade.

Para o economista-chefe do banco ABC Brasil, Luís Otávio de Souza Leal, o novo aumento de juros acontece, apesar do baixo nível de atividade na economia, para evitar remarcação de preços e impedir o retorno de um nível maior de indexação (quando uma inflação passada é repassada para frente), como aquele existente na década de 1980.

“A grande dúvida das pessoas é: porque o BC tem de subir o juros mesmo com o nível de atividade estando tão baixo? É uma questão de expectativa e uma coisa meio psicológica, mas acontece. Se você achar que o BC vai fazer tudo para trazer a inflação para baixo, você vai pensar duas vezes em remarcar o preço”, avaliou o economista. Segundo Leal, a autoridade monetária já está mirando a inflação de 2016, buscando  trazê-la para o centro da meta, pois, neste ano, o teto de 6,5% deve ser superado.

Para a próxima reunião do Copom,   que ocorrerá nos dias 2 e 3 de junho, as previsões divergem sobre a possibilidade de uma nova alta de juros. Outro   aumento poderia afetar ainda mais a atividade econômica, e a expectativa é que a inflação comece a retroceder sob efeito da política monetária.  De acordo com o  economista-chefe da gestora INVX Global Partners, Eduardo Velho, a inflação alta deve fazer com que o BC faça novo aumento de juros em junho. “Mas deve ser a última alta, porque o contexto da economia nacional não permite novos aumentos, sob risco de afetar mais ainda o crescimento do Brasil”, justificou.

A elevação dos juros ocorre em um cenário de aperto das operações de crédito ao consumo. Na segunda-feira (04), a Caixa Econômica Federal anunciou a redução de 80% para 50% do limite de crédito para compra de imóveis usados com recursos da caderneta de poupança – medida que deve impactar essa modalidade de financiamento em todas as instituições financeiras.

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de Economia

Avenida Praia de Belas vai ter faixa exclusiva para ônibus.
Empreiteiros deixaram a prisão nesta quarta-feira, após cinco meses
https://www.osul.com.br/banco-central-eleva-a-taxa-basica-de-juros-da-economia-brasileira-para-1325-ao-ano-2/ Banco Central eleva a taxa básica de juros da economia brasileira para 13,25% ao ano 2015-04-30
Deixe seu comentário
Pode te interessar