Quinta-feira, 25 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 7 de fevereiro de 2016
Os bancos estão “jogando para frente” as dívidas de empresas com o claro objetivo de conter seus níveis de provisionamento para fazer frente ao aumento dos calotes. Depois de verem as PDDs (Provisão para Devedores Duvidosos) crescer quase 16 bilhões de reais no ano passado, as instituições privadas reforçaram suas campanhas de renegociação, incluindo até dívidas que ainda não venceram.
Como resultado, o saldo de créditos renegociados (acima de 30 dias) do Bradesco, Itaú Unibanco e Santander saltou 13% no fim de dezembro na comparação com um ano atrás e ultrapassou os 40 bilhões de reais.
Com muitas empresas operando com queima de caixa e sem liquidez para honrar vencimentos mais curtos, os bancos estão alongando pagamentos atrasados e sendo flexíveis na renegociação, na tentativa de evitar que a lista de companhias em recuperação judicial engrosse mais. “À medida que os clientes vendem menos, têm mais dificuldade de manter seus compromissos e há procura para reacomodar empréstimos a um novo perfil de fluxo de caixa. Isso leva naturalmente à ampliação de renegociação de crédito”, disse Roberto Setubal, presidente do Itaú Unibanco.
O grupo de empresas brasileiras em dificuldades não para de crescer, na medida em que a economia brasileira não dá sinais de que já chegou ao fundo do poço, o que leva os custos de captação a patamares inviáveis. (AG)