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Mundo Bill Cosby: Como o “paizão americano” virou um “predador sexual” condenado e preso

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Bill Cosby sai algemado após ser condenado por agressões sexuais. (Foto: Reprodução)

O comediante Bill Cosby já foi conhecido por milhões de pessoas como o “pai da América”. Seu papel na TV como o simpático doutor Cliff Huxtable, na série The Cosby Show, popular nos anos 1980, fez dele uma espécie de “patrimônio nacional” nos Estados Unidos. Uma fama, porém, que mudou em meio a denúncias de estupro e assédio sexual – e de sua condenação, em abril, sob a acusação de ter drogado e molestado a ex-jogadora de basquete Andrea Constand em 2004. A sentença saiu na terça-feira (25): entre três e 10 anos de prisão.

Dezenas de mulheres acusam o ator, hoje com 81 anos, de má conduta sexual, mas apenas o caso de Andrea foi levado a julgamento. As demais denúncias, mais antigas, não chegaram a ir a tribunal porque prescreveram. Mas como o comediante americano foi do auge ao declínio?

Nascido em 1937, William Henry Cosby Jr viveu a infância em um conjunto habitacional na Filadélfia e teve, ainda jovem, de engraxar sapatos e trabalhar em um supermercado para ajudar a pagar as contas em casa.

Com a tragédia da morte de um dos quatro irmãos, ele, o mais velho, acabou se tornando uma figura paterna na família. Relatos sobre seus anos como estudante o retratam como brincalhão e um contador de histórias que adorava entreter os colegas de classe. Depois da escola, ele entrou na Marinha dos EUA. Foi para a universidade e teve um emprego de meio período como garçom.

Essa foi na época em que deu os primeiros passos na comédia, cobrindo ausências de um comediante do clube em que trabalhava e abrindo caminho para sua futura carreira e fama.

Sua estreia no The Tonight Show, da NBC, em 1963, rendeu-lhe um contrato de gravação com a Warner Brothers e o lançamento de uma série de álbuns de comédia premiados. Em um deles, de 1968, intitulado To Russell, My Brother, Whom I Slept With (Para Russell, Meu Irmão, Com Quem eu Dormi, em tradução literal), Cosby consagrou os temas que definiriam seu trabalho – o pai como um disciplinador amoroso, irmãos que poderiam conspirar discretamente e, no minuto seguinte, fazer algazarra, e a confiança nos laços de família. Na época em que o álbum foi lançado, o comediante já era uma estrela de TV.

O The Cosby Show, que foi lançado pela NBC em 1984 e transmitido por oito temporadas, foi seu maior sucesso e o consolidou junto ao público. Baseado em seus números de stand-up, o retrato de Cosby como um médico rico e educado – o doutor Heathcliff “Cliff” Huxtable – e suas experiências como pai de cinco filhos pequenos traçavam paralelos com sua própria vida.

Sua mulher na TV, Claire, era em certa medida baseada em sua própria esposa, Camille, com quem se casou em 1964. Um dos programas mais populares da década de 1980, a série era assistida por cerca de 30 milhões de telespectadores por semana. Em 1989, o ator ganhava US$ 4 milhões por mês apenas em direitos de distribuição. Quando o show foi cancelado, em 1992, Cosby embarcou em vários outros projetos, incluindo papéis no cinema, mas nunca foi capaz de repetir o sucesso.

Em 2013, ele chegou a receber boas críticas pelo primeiro programa de stand-up que fizera na TV depois de 30 anos e começou uma turnê nacional. Sua volta por cima, no entanto, caiu por terra em meio a várias acusações de abuso sexual supostamente cometidas quase três décadas antes.

As acusações surgiram pela primeira vez em 2005, quando Andrea Constand, funcionária da Temple University, onde Cosby cursou o ensino superior, disse que havia sido drogada e molestada pela estrela da TV na casa dele um ano antes. Os promotores decidiram não apresentar acusação contra o ator, alegando falta de provas, mas Constand entrou com uma ação civil contra o comediante.

Treze mulheres, 12 das quais permaneceram anônimas, concordaram em ser testemunhas, cada uma com um relato semelhante de agressão sexual. Cosby negou as acusações, que seu advogado chamou de “absurdas”, e o caso foi resolvido fora do tribunal em 2006 por uma quantia não revelada.

Nos anos seguintes, algumas das testemunhas de Constand se apresentaram e contaram suas histórias à mídia. As acusações não tiveram grande repercussão, contudo, até o momento em que Cosby ensaiou um retorno à TV e voltou aos holofotes.

Mais de 50 mulheres acusaram a estrela de abuso sexual ou estupro, mas devido aos prazos vigentes na legislação americana para a prescrição de crimes, apenas uma – Andrea Constand – conseguiu levar a história aos tribunais. Em junho de 2017, Constand contou sua história no tribunal pela primeira vez, tendo anteriormente sido impedida de fazer isso devido a um acordo fechado em 2006. Cosby continuou a negar as acusações. No final, com Cosby possivelmente enfrentando o resto de sua vida na prisão se considerado culpado, o júri ficou em um impasse, e o julgamento acabou anulado.

O novo julgamento teve início em 9 de abril de 2018. Desta vez, o júri formado por cinco mulheres e sete homens levou dois dias para considerar o comediante culpado por três acusações de agressão sexual. Meses depois, ele foi condenado a cumprir uma pena total de três a 10 anos em uma prisão estadual.

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https://www.osul.com.br/bill-cosby-como-o-paizao-americano-virou-um-predador-sexual-condenado-e-preso/ Bill Cosby: Como o “paizão americano” virou um “predador sexual” condenado e preso 2018-09-27
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