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Brasil Boato distorce o depoimento do empreiteiro Marcelo Odebrecht sobre pagamentos a guerrilheiros

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A palestra de Marcelo é a segunda etapa de um programa de imersão, que teve no início do mês uma visita dos alunos à sede da Odebrecht. (Foto: Reprodução/EBC)

É falso o boato sobre delação do executivo Marcelo Odebrecht envolvendo pagamentos do PT (Partido dos Trabalhadores) para narcotraficantes do Rio de Janeiro e guerrilheiros das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia). A desinformação, que retira de contexto reportagem sobre depoimento do empreiteiro, teve mais de 70 mil compartilhamentos no Facebook.

Segundo o boato, Odebrecht afirmou que o governo petista “mandou dinheiro para o narcotráfico do Rio, as Farc, sequestradores e traficantes internacionais”. Para embasar a acusação, o boato utiliza um vídeo de reportagem da Globonews de abril de 2017. No entanto, a legenda que acompanha a gravação nas redes sociais é falsa. O trecho do depoimento e a reportagem não mencionam o PT.

O vídeo que tem sido compartilhado no Facebook fala sobre o Termo de Depoimento 43 da delação premiada de Odebrecht à PGR (Procuradoria-Geral da República), liberado pelo STF (Supremo Tribunal Federal) no dia 13 de abril de 2017. No relato, o executivo “detalha, de modo minucioso” a geração e distribuição de verbas não contabilizadas (caixa dois) da empreiteira e da Braskem – braço petroquímico do grupo, segundo registro da procuradoria.

No início do depoimento, Odebrecht relata a utilização desses fundos para resolução de problemas da própria empreiteira, como o pagamento de bônus para executivos e repasses para atuar em regiões de conflito controladas por traficantes, milicianos e guerrilheiros, como é caso da Colômbia e as Farc. O trecho não cita a participação de agentes públicos ou partidos políticos nestes repasses.

“Você não atua em países com guerrilha ou nas favelas do Rio sem pagar milícia. Então, tem muito dinheiro que corre. Inclusive a gente paga sequestros”, afirmou Marcelo Odebrecht. Reportagem da revista Veja da edição de 08 de março de 2017 já narrava os repasses da empreiteira às Farc um mês antes da delação ser tornada pública e dizia que os pagamentos não tinham relação com o esquema de corrupção investigado pela Lava-Jato.

Segundo as fontes consultadas pela revista, dois empresários e três advogados com conhecimento das transações, os pagamentos aos guerrilheiros começaram nos anos 1990 após o sequestro de dois funcionários da Odebrecht na Colômbia. Os valores variavam de US$ 50 mil a US$ 100 mil por mês. Tal “imposto revolucionário” cobrado pelas Farc em troca de segurança era conhecido por empresas que atuavam em regiões controladas pela guerrilha.

Marcelo Odebrecht também cita em seu depoimento o caso envolvendo o sequestro do engenheiro João José Vasconcelos Júnior, desaparecido em 2005 no Iraque e encontrado morto dois anos depois, que mobilizou o Ministério das Relações Exteriores e o governo italiano. “Eu participei da questão para trazer o corpo do engenheiro nosso que foi sequestrado no Iraque. Eu participei junto do governo brasileiro na negociação que envolveu inclusive o governo italiano, a gente deu foi US$ 1 ou US$ 5 milhões, mas isso é por por fora. A gente paga sequestro na Colômbia, sequestro no Peru”, disse Odebrecht.

Esta é a única menção feita ao governo brasileiro neste trecho do depoimento. Apesar disso, o relato não prova o que informa a legenda enganosa sobre pagamento por parte do governo petista a guerrilhas e traficantes. A reportagem da Globonews utilizada pelo boato para repassar credibilidade à desinformação também não cita o PT.

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