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Colunistas Bolsonaro 01, 02 e 03

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Ministros do Palácio do Planalto que tiveram resultado negativo decidiram trabalhar normalmente. (Foto: Agência Brasil)

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

As notórias inclinações machistas de Jair Bolsonaro devem estar sofrendo abalos: os seus “garotos” só fazem confusão. Já da mulher, da ex-mulher, da filha e das noras não se fala a não ser de bem.

Mas os rapazes são do rolo. Carlos é o mais voluntarioso. E é apenas vereador no Rio, atua à distância, como aqueles craques de futebol que jogam sem bola. É um caso raro de vereador federal, que além de influenciar o governo do pai em Brasília, mantém informantes (que não são da ABIN) no Palácio e nas redondezas.

Flávio, o senador das milícias, joga com a camisa 01. Eduardo é o 02, o mais cerebrino, o “ideólogo”, amigo do peito de Olavo de Carvalho, o ex-astrólogo que reside dos Estados Unidos, de onde todo dia manda uns pitacos para o governo. Carlos é o caçula, o 03.

Semana passada foi de arrepiar. Carlinhos chutou o pau da barraca e chamou de mentiroso o advogado Gustavo Bebianno, o ex-ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República. Bebianno presidiu o PSL a pedido de Bolsonaro pai durante a campanha.

O assunto tinha lá seus melindres, mas era administrável por um bom tempo. Tudo desandou rapidamente. Ao que parece, Bebianno usou a expressão “falei”, querendo dizer que se comunicou por mensagem de WhatsApp. Foi o quanto bastou para que fosse detonado pelo Bolsonaro número 03. Nem ele, e nem o pai se deram conta de que estavam liberando os demônios da crise, que estão à espreita de todo governo.

Bolsonaro pai foi alertado por auxiliares e aliados do governo – inclusive militares – de que era preciso ter calma nessa hora, em nome das causas maiores. A saia justa vinha na contramão da necessária unidade do governo, às vésperas de enfrentar os seus primeiros e reais desafios, como a reforma da previdência.

Bolsonaro saiu mal do episódio. Ciscou para lá e para cá, avançou e recuou – foram três dias que abalaram o governo, decepcionando eleitores, perdendo setores que o apoiavam, e jogando fora uma parte do capital político obtido com a eleição.

O frequentadíssimo site O Antagonista, que antes apoiava o governo, mudou o tom: “Neste momento a maior oposição ao governo Bolsonaro é o próprio governo Bolsonaro”. A deputada paulista Janaína Paschoal, do alto dos seus dois milhões de votos, aliada de Bolsonaro, reclamou: “Não tem cabimento um presidente dizer que demitirá uma pessoa passados três dias”. José Roberto Guzzo, colunista de Veja, duro crítico das esquerdas e simpatizante do presidente advertiu: “Ou Bolsonaro faz os filhos se calarem ou vira um banana completo”. José Nêumanne, do Estadão, disse que “os três filhos do presidente já produziram em 45 dias mais crises do que qualquer adversário ou inimigo”. E vai por aí.

Todas essas manifestações – e outras tantas que o espaço não permite transcrever – deixam transparecer a balbúrdia e a fragilidade do governo nestes 45 dias.

Dá tempo de arrumar? Dá. Mas é preciso começar a botar a casa em ordem logo. No ínterim, o presidente devia esfriar a cabeça e curtir Laurinha, a filhinha de oito anos, que por enquanto não deu nenhuma dor de cabeça ao governo.

 

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

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