Terça-feira, 23 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 16 de maio de 2019
O presidente Jair Bolsonaro utilizou o seu discurso de agradecimento nesta quinta-feira (16), durante a cerimônia que o homenageou como “personalidade do ano”, para fazer críticas à imprensa brasileira e aos partidos de esquerda e para ironizar as manifestações contra as reduções orçamentárias na área da educação.
No evento organizado pela Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos, em Dallas, Bolsonaro afirmou que sofre com a mídia brasileira, que, segundo ele, não é isenta, e disse que a esquerda no País se infiltrou em universidades e escolas de ensino médio e fundamental.
“Até hoje sofremos com a mídia brasileira. Até venho sempre dizendo à mídia brasileira: ‘Se vocês fossem isentos, já seria um grande sinalizador de que o Brasil poderia, sim, romper obstáculos e ocupar um lugar destaque no mundo'”, declarou.
Em tom irônico, ele disse que foram feitos protestos em capitais do País “como se a educação até o final do ano passado fosse uma maravilha no Brasil”. Na quarta-feira (15), também nos Estados Unidos, Bolsonaro disse que manifestantes eram “idiotas úteis” e “massa de manobra”.
“Vimos algumas capitais com marchas pela educação, como se a educação até o final do ano passado fosse uma maravilha no Brasil. Temos um potencial humano fantástico, mas a esquerda brasileira entrou, infiltrou e tomou não só a imprensa brasileira, mas também grande parte das universidades e as escolas do ensino médio e fundamental”, afirmou.
No evento em sua homenagem, no qual prestou continência à bandeira dos Estados Unidos, o presidente criticou os seus antecessores no Palácio do Planalto, ressaltando que eles implementaram “políticas nefastas” e que tinham uma “ambição pessoal acima de tudo” que não permitia o crescimento do País.
“No Brasil, a política até há pouco era de antagonismo a países como Estados Unidos. Os senhores eram tratados como se fossem inimigos nossos. Agora, quem até há pouco ocupava o governo, teve em sua história suas mãos manchadas de sangue na luta armada”, afirmou, em referência à ex-presidente Dilma Rousseff, que atuou em um grupo de combate à ditadura militar.
Bolsonaro lamentou o fato de não ter recebido a homenagem em Nova York, mas disse que continuará respeitando os nova-iorquinos. O presidente desistiu de viajar à cidade por receio de protestos após receber críticas do prefeito Bill de Blasio.
“O Brasil de hoje é amigo dos Estados Unidos. O Brasil de hoje respeita os Estados Unidos e quer o povo americano ao nosso lado. E termino com meu chavão de sempre: ‘Brasil e Estados Unidos acima de tudo'”, concluiu.