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Por Redação O Sul | 27 de fevereiro de 2019
Em um esforço para pavimentar a reforma da Previdência e a interlocução com o Congresso em outros temas sensíveis, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) escolheu na terça-feira (26) a deputada Joice Hasselmann (PSL-SP) para a liderança do governo no Congresso. A indicação da deputada ocorre em meio ao desgaste e baixa interlocução com o parlamento do líder na Câmara, deputado Major Vitor Hugo (PSL-GO).
Embora parlamentar de primeiro mandato, Joice construiu em pouco tempo canais de comunicação com lideranças da Casa e, pela proximidade com Bolsonaro, passou a transmitir aos interlocutores segurança nas negociações. Na linguagem da política, é alguém capaz de entregar o que promete, porque está afiançada pelo presidente.
Popular nas redes sociais, campeã de votos em São Paulo, a deputada acrescenta um capital político e midiático à articulação que o governo não dispunha até agora. Bolsonaro anunciou a deputada em encontro com líderes partidários no Palácio da Alvorada. A escolha dela foi, ainda, um aceno de Bolsonaro ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que defendeu seu nome e conduzirá a tramitação da iniciativa.
Segundo Joice, se há um descontentamento geral sobre pontos da proposta, cabe ao governo federal discuti-los para encontrar uma solução. As principais queixas foram em relação às alterações proposta no novo texto nas aposentadorias rurais e de professores e no BPC (Benefício de Prestação Continuada). Para os líderes das siglas, as regras atuais devem ser mantidas ou as mudanças devem ser menos radicais.
Reforma
Bolsonaro e o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, informaram a deputados aliados que o governo vai liberar recursos das emendas e analisar as indicações dos parlamentares para cargos nos Estados. As informações são do blog do jornalista Gerson Camarotti. Bolsonaro e Onyx se reuniram na terça-feira com líderes da base para discutir a articulação política do governo e as medidas necessárias para aprovar a reforma da Previdência Social.
Onyx disse que começará a se reunir com as bancadas estaduais e partidárias depois do carnaval para começar a analisar todas as demandas. Disse também que, além das emendas impositivas dos parlamentares reeleitos, irá conversar com o ministro da Economia, Paulo Guedes, para encontrar meios para liberação de recursos para os novos parlamentares.
Na reunião com o PSL, na semana passada, o governo sinalizou que deve liberar entre R$ 2 milhões e R$ 3 milhões aos novos parlamentares, além de destinar outros R$ 2 milhões a cada um para conclusão de obras inacabadas nos Estados. “Foi uma sinalização boa, um início, mas ainda está engatinhando”, disse um líder que esteve presente na reunião.
O presidente e o ministro também ouviram uma série de reclamações dos aliados. Deputados reclamaram da falta do diálogo do governo, falaram que alguns ministros estão criando dificuldades para receber parlamentares.
Durante a reunião, o presidente, mais uma vez, disse que errou ao ser contra a reforma da previdência em projetos anteriores e sinalizou que o governo está disposto a fazer concessões para aprovar as mudanças na aposentadoria. “A reforma vai ser a possível”, disse o presidente.