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Por Redação O Sul | 18 de julho de 2019
Já que está cada vez mais difícil o convívio com o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), o presidente da República, Jair Bolsonaro, resolveu se aproximar do chefe da outra Casa do Congresso, Davi Alcolumbre (DEM-AP).
O presidente do Senado foi convidado de honra para a cerimônia em comemoração aos 200 dias do governo, no Palácio do Planalto. Logo após assinar os dez decretos da cerimônia, as primeiras palavras de Bolsonaro foram para o presidente do Senado, saudado como “colega de três legislaturas na Câmara”, com quem ainda brincou. Ao seu modo, naturalmente: “Apesar da gravata cor de rosa, ele é meu amigo”.
Bolsonaro abriu o seu discurso relembrando que, dos seus 28 anos de Congresso, “12 dos quais foram ao lado de Alcolumbre”. Citou o presidente do Senado por várias vezes e, ao final, foi ao ponto que realmente interessa ao presidente neste momento: a indicação do seu filho para embaixador nos EUA. Argumentou em defesa do filho, falou da amizade de Eduardo Bolsonaro com a família de Donald Trump e da sabatina a que ele será submetido na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça).
“Essa possível indicação passa por vocês, Davi Alcolumbre. Vai ser analisada com rigor e ele vai ser aprovado”, disse Bolsonaro. Ao longo de toda a solenidade, os dois trocaram abraços, apertos de mão e cochichos ao pé do ouvido.
Quando foi sua vez de falar, Alcolumbre elogiou Rodrigo Maia, falou da produção do Congresso, da importância das instituições para a democracia e terminou dizendo a Bolsonaro: “O Parlamento estará à sua disposição”. As informações são do blog do jornalista Tales Faria.
Sondagem
Bolsonaro iniciou um movimento para avaliar as chances de aprovação pelo Senado da indicação do seu filho Eduardo para o posto de embaixador do Brasil nos Estados Unidos.
Interlocutores do presidente têm feito sondagens junto a senadores que integram a Comissão de Relações Exteriores, responsável por autorizar a nomeação de um indicado pelo Poder Executivo à função diplomática.
Segundo assessores, Bolsonaro demonstrou incômodo com a possibilidade de rejeição, o que representaria uma derrota pessoal por se tratar de seu filho. A posição do senador Marcos do Val (Cidadania-ES), que costuma ser alinhado à pauta governista, surpreendeu o presidente. Logo após a notícia da intenção de indicar Eduardo, o parlamentar se manifestou contrário à ideia e é considerado um voto perdido.