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Por Redação O Sul | 29 de novembro de 2018
O presidente eleito Jair Bolsonaro elegiou à Operação Operação Lava-Jato ao comentar a prisão do governador Luiz Fernando Pezão no Rio de Janeiro, na manhã dessa quinta-feira. Ele disse, ainda, que o futuro comando do Ministério da Justiça pelo ex-juiz Sérgio Moro fará com que todos os brasileiros sintam os reflexos do combate à corrupção.
“Parabéns à Lava-Jato. O recado que eu estou dando a vocês é a própria presença do Sérgio Moro no Ministério da Justiça, com todos os meios, inclusive o Coaf [Conselho de Controle de Atividades Financeiras], para combater a corrupção. Ele pegou o Ministério da Justiça. Será integralmente dele e sequer influência minha existe em qualquer cargo na pasta”, escreveu em entrevista à imprensa.
Bolsonaro ressaltou que deu carta-branca a Moro na pasta da Justiça: “O compromisso que tive com ele é carta branca para o combate à corrupção e ao crime organizado. Com toda certeza, ele terá sucesso e os reflexos positivos disso toda a população brasileira sentirá”, declarou o presidente eleito, após participar de cerimônia de formatura do curso de aperfeiçoamento de oficiais.
Já o filho do presidente eleito e senador eleito pelo Rio do Janeiro, Flávio Bolsonaro, postou no Twitter que, desde 2016, vem “alertando para as consequências da corrupção e incompetência do governador Pezão” e e que foi ele um dos primeiros deputados a defender seu impeachment.
Prisão
Luiz Fernando Pezão foi preso na manhã dessa quinta-feira por agentes da PF (Polícia Federal) no Palácio Laranjeiras, residência oficial do chefe do Executivo fluminense, acusado de receber propinas que totalizam pelo menos R$ 39 milhões. A medida havia sido solicitada pela procuradora-geral da República, Raquel Dodge, com0 o objetivo de localizar o dinheiro oriundo dos subornos e ocultado pelo emedebista no período entre 2007 e 2015.
Segundo Dodge, há suspeitas de que o governador do Rio de Janeiro (cujo mandato termina em janeiro) continua praticando o crime de lavagem de dinheiro desses recursos ilícitos. Os investigadores também apontaram que Pezão continuou recebendo propina mesmo depois de ter assumido o governo do Estado e que estão rastreando a possibilidade de existência de dinheiro no exterior ligado a ele.
Já o procurador regional da República Leonardo Cardoso de Freitas, que atua no Rio de Janeiro, explicou que Pezão sucedeu no esquema de corrupção ao ex-governador Sérgio Cabral, preso desde novembro de 2016:
“Há dois anos, na prisão do Sérgio Cabral, nos perguntaram: ‘E o Pezão?’ Não esquecemos e estamos aqui hoje para responder. O que se verificou é que a organização criminosa do Sérgio Cabral se reinventou com uma sucessão de pessoas. Assim, o Sérgio Cabral foi sucedido por Pezão; Wilson Carlos [ex-secretário de Governo do Cabral] foi sucedido pelo [secretário de governo] Affonso [Monnerat], também condenado na Calicute, também preso na Furna da Onça e que agora é alvo de um novo mandado. O secretário de Obras também foi sucedido pelo José Iran”.
Sobre a prisão de Pezão a um mês do fim do mandato, Freitas argumentou que os pedidos de prisão foram formulados “no primeiro momento possível” e que o tempo do Judiciário “não se pauta pela agenda política”.