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Brasil Bolsonaro quer resgatar nas escolas o ensino de educação moral e cívica

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O objetivo, conforme o presidenciável, é incutir nos alunos o culto à Pátria. (Foto: Reprodução/Twitter)

Disciplinas herdadas da ditadura militar, a EMC (educação moral e cívica) e a OSPB (organização social e política brasileira) devem voltar aos currículos caso Jair Bolsonaro (PSL) seja eleito. Segundo o seu vice, o general Hamilton Mourão, o objetivo é incutir nos alunos o civismo, o culto à Pátria e a ética, ensinando hinos, símbolos e como funcionam as instituições nacionais.

“A gente defende o resgate de valores, não só da disciplina, mas valores da nacionalidade que ficaram perdidos no caminho e que não foram incutidos na cabeça da criança e do jovem. O amor à verdade, lealdade, responsabilidade”, disse Mourão.

Moral e Cívica e OSPB se tornaram obrigatórias na grade curricular das séries hoje equivalentes ao ensino fundamental e médio em 1969, durante a Junta Militar que sucedeu o governo do general Costa e Silva, substituindo as cadeiras de sociologia e filosofia.

Foram criadas na esteira do Ato Institucional nº 5, que instaurou a ditadura no País, e só deixaram o ensino obrigatório em 1993, no governo de Itamar Franco. Projetos na Câmara dos Deputados tentaram resgatar essas matérias sempre com o objetivo de estimular o patriotismo nas novas gerações. Propostas similares se replicaram em diversos municípios, principalmente na Região Sul, mas nunca prosperaram.

No último final de semana, Eduardo Bolsonaro, filho do candidato a presidente pelo PSL, escreveu em uma rede social que o hino brasileiro voltaria a ser cantado nas escolas em 2019, propagandeando a vitória do pai. As sugestões de mudanças em discussão na campanha de Bolsonaro não param por aí. O capitão reformado e o vice já afirmaram que pretendem ampliar o número de escolas militares e a sua equipe propõe o que chama de “militarização do ensino”, replicando o sistema dos colégios militares na rede pública.

Segundo o general Osvaldo Ferreira, coordenador dos grupos técnicos de Bolsonaro, essa proposta inclui ainda a presença de oficiais nos colégios para manter “a ordem, a disciplina e o respeito”. “Não dá para a gente ver professor sendo maltratado por aluno, por exemplo,” disse.

Ferreira afirma, porém, que “nada será impositivo”. A ideia é oferecer esse modelo a Estados e municípios que se interessarem por meio de convênios. “Seguiremos todos os preceitos legais. Quem não quiser seguir, que não siga”, disse. “Poderemos destinar oficiais para escolas em áreas de criminalidade alta, como comunidades dominadas pelo tráfico.”

Paulo Freire

A proposta da campanha de Bolsonaro também é intervir na formação de professores, reduzindo a relevância de estudos baseados nos pensamentos do italiano Antonio Gramsci e do brasileiro Paulo Freire. Ambos são relacionados a correntes que enaltecem o pensamento crítico e o engajamento político, mas para os aliados de Bolsonaro se tornaram combustível para a politização do ensino.

Outra medida é ampliar a carga horária dos alunos, esticando os turnos de quatro para seis horas por dia e o número de dias letivos de 200 para 230 dias por ano. Para sustentar esse plano, que demandaria um aumento do gasto público em educação, a ideia é permitir a parceria com a iniciativa privada. Empresários poderão usar parte de seus lucros para reformar e modernizar escolas em troca de descontos no Imposto de Renda.

Segundo Eduardo Deschamps, presidente do CNE (Conselho Nacional de Educação), nenhuma mudança na grade curricular e nos conteúdos ensinados no País é aprovada sem passar pelo Congresso, pelo Ministério da Educação e pelo CNE, indicando que o caminho para Bolsonaro colocar as ideias em prática não é trivial. Além disso, segundo Deschamps, os conteúdos de OSPB e EMC já são transmitidos junto com outras disciplinas.

“A ética, o patriotismo e o civismo são temas transversais, que devem fazer parte de todas as disciplinas, independentemente do currículo escolar”, afirma Cleyton Hércules Gontijo, professor da Universidade de Brasília.

Deschamps diz ainda que o Plano Nacional de Educação já prevê que, até 2022, a carga horária anual mínima do ensino médio passará de 800 horas para 1.000 horas, uma média de 5 horas diárias. Hoje, são 4 horas diárias, em média. O ano letivo, que era de 180 dias, já é de 200 dias. “Poucos países têm mais dias letivos que o Brasil.”

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https://www.osul.com.br/bolsonaro-quer-resgatar-a-educacao-moral-e-civica-no-curriculo-das-escolas/ Bolsonaro quer resgatar nas escolas o ensino de educação moral e cívica 2018-09-25
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