Quinta-feira, 25 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 23 de agosto de 2018
O candidato à Presidência da República Jair Bolsonaro (PSL) afirmou nesta quinta-feira (23) que comparecerá a três dos próximos sete debates até o primeiro turno. Dois meses atrás, ele prometeu que participaria de todos os eventos.
O presidente do PSL e braço direito do candidato, Gustavo Bebianno, disse que o militar não pretendia ir mais a debates. “Ganha quem mente mais”, disse Bebianno.
“Ele está de saco cheio desses debates inócuos, que não levam a nada. Não sabemos se ele vai aos outros. Tem 40%, 50% de chance de não ir”, afirmou. Bebianno criticou o formato dos confrontos, que nivelariam os postulantes “por baixo”. “Tem fórmula milagrosa para tudo. Ganha quem mente mais.”
Se os aliados de Bolsonaro baterem o martelo e cancelarem a presença dele nos debates, há risco de os próximos confrontos na TV não contarem com a participação dos dois nomes que lideram as pesquisas: Lula, que está preso em Curitiba, e o capitão reformado do Exército.
No último confronto, na RedeTV!, Bolsonaro protagonizou um embate com Marina Silva (Rede), que o criticou sobre declarações a respeito de direitos das mulheres.
Rivais identificaram que o episódio causou avarias ao candidato e repercutiu muito no eleitorado feminino.
Embate
Os presidenciáveis Jair Bolsonaro (PSL) e Marina Silva (Rede) se enfrentaram no debate da RedeTV!, no dia 17, ao discutirem diferença salarial entre homens e mulheres no País.
A candidata contestou o capitão reformado sobre afirmação dele de que a diferença salarial entre homens e mulheres não é uma questão por já ser vetada pela CLT (Consolidação das Leis do Trabalho).
Foi o momento mais tenso do encontro, que reuniu oito candidatos, e da campanha até agora.
“Não é uma questão de que não precisa se preocupar. Tem que se preocupar sim”, disse Marina a Bolsonaro.
O deputado havia dito que “é mentira” que defendeu que mulher deve ganhar menos que homem. “Na CLT já está garantido à mulher ganhar igual ao homem. Não temos que nos preocupar com isso”, falou.
Bolsonaro, no entanto, já afirmou que “não empregaria [homens e mulheres] com o mesmo salário”.
Marina afirmou no debate que a realidade comprova que ainda há diferença remuneratória, apesar de ambos terem as mesmas capacidades, e que é função do presidente da República lutar contra o problema.
O formato do debate exigia que os candidatos andassem até o centro do palco e fizessem questões um ao outro.
Diante de Bolsonaro, Marina criticou o rival por “pegar a mãozinha de uma criança e ensinar como é que faz para atirar”. “É esse o ensinamento que você quer dar? Você acha que pode resolver tudo no grito, na violência”, disse ela, sob aplausos da plateia.
Sem tempo para resposta, o deputado encerrou a discussão com uma menção à Bíblia: “Leia o livro de Paulo”.
O embate entre os dois começou com pergunta do deputado sobre a opinião da adversária a respeito de porte de arma. A ex-senadora se disse contrária à proposta.