Sexta-feira, 19 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 12 de março de 2019
O presidente Jair Bolsonaro recebeu nesta terça-feira (12), em Brasília, o seu colega do Paraguai, Mario Abdo Benítez, com honras de chefe de Estado, em uma visita oficial para a discussão de assuntos bilaterais e regionais, como a crise na Venezuela e a situação do Mercosul.
Pela manhã, Abdo Benítez chegou ao Palácio do Planalto e, após a execução dos hinos de Brasil e Paraguai, se dirigiu ao gabinete de Bolsonaro, onde ambos tiveram uma reunião privada e depois com ministros dos dois governos. Na pauta de discussões estavam, entre outros assuntos, a renegociação do Anexo C do Tratado de Itaipu, a segurança da fronteira entre os dois países e a cooperação comercial.
No Twitter, Bolsonaro destacou o objetivo do encontro com o colega paraguaio: “[Queremos] fomentar nossos laços com um de nossos maiores parceiros econômicos vizinhos, além de possibilitar desenvolvimento nas áreas de infraestrutura e preocupações compartilhadas em relação à segurança”.
Também pelo Twitter, Abdo anunciou a sua chegada a Brasília e a disposição em discutir questões da agenda bilateral, que coincidem “com as visões e prioridades” dos dois governos. “Unidos pelos mesmos valores e ideais, impulsionaremos a agenda bilateral de nossos países”, escreveu.
Pela primeira vez em décadas, a visita do presidente paraguaio não esteve centrada na renegociação do preço da energia elétrica exportada para o Brasil. O tema mais quente foi o quarto pedido de extradição de três cidadãos do Paraguai encaminhado por Assunção a Brasília.
Assim que chegou ao Palácio do Planalto, o presidente do Paraguai falou sobre o assunto logo ao ser apresentado ao ministro da Justiça, Sérgio Moro. Durante a cerimônia de recepção, Bolsonaro respondeu que a sua intenção é “devolver todo mundo”.
“O Brasil e nosso governo não dará asilo a terroristas ou qualquer outro bandido escondido aqui como preso ou refugiado político”, disse Bolsonaro a jornalistas, para, em seguida, lembrar do caso do italiano Cesare Battisti, extraditado pelo governo brasileiro no início deste ano.
Segundo o brasileiro, o governo paraguaio alega que os refugiados seriam integrantes da guerrilha Exército Popular do Paraguai e que pelo menos um deles está envolvido em atos criminosos. De acordo com Moro, o pedido de revisão foi feito no início de 2019 pelo governo do Paraguai, sob alegação de que o status de refugiado teria sido indevidamente concedido a seus três cidadãos, que teriam cometido crimes comuns. O Comitê Nacional para os Refugiados, ligado ao Ministério da Justiça, está analisando o pedido. O processo deve levar cerca de três meses e será dado direito de defesa aos cidadãos paraguaios, segundo Moro.
Essa é a segunda visita oficial de um chefe de Estado desde a posse de Bolsonaro. No dia 16 de janeiro, o presidente brasileiro recebeu o argentino Mauricio Macri.