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Brasil “Bolsonaro, você tem que maneirar”. São frases como essa que o presidenciável Jair Bolsonaro ouve de seus colegas da turma da Academia Militar

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O deputado disse que um governo seu terá “um montão de ministro militar”. (Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

“Bolsonaro, você tem que maneirar”. São frases como essa que o capitão da reserva Jair Bolsonaro, candidato do PSL à Presidência, ouve de seus colegas da turma de 1977 da Aman (Academia Militar das Agulhas Negras). Do grupo saíram Bolsonaro e quatro generais quatro estrelas na ativa. É a patente mais elevada do Exército.

“Você não está se candidatando a deputado de novo. Esses extremos e a maneira de expor as coisas não se enquadram na figura de um candidato a presidente”, repete a Bolsonaro o general Edson Leal Pujol, colega do deputado na turma de 1977, o mais antigo dos quatro generais e chefe de Ciência e Tecnologia do Exército.

Sem apoio de grandes partidos, Bolsonaro se voltou para os militares, mesmo há 30 anos fora da caserna — ele está no sétimo mandato de deputado federal.

Os principais conselheiros de Bolsonaro são uma trinca de generais da reserva. O deputado também tem boa interlocução com os comandos das Forças Armadas e do Ministério da Defesa. Com integrantes das Forças Armadas, discute os rumos da campanha e mesmo a formação de eventual governo. Distintos grupos de WhatsApp, com militares da ativa e da reserva, tentam impulsionar a candidatura. O clima é de euforia incontida.

Composição de governo

Na turma de 1977, o apoio é quase irrestrito. Bolsonaro costuma dizer a interlocutores que tem alta estima pelos quatro generais na ativa e que eles estariam na composição de um eventual governo. Se o critério adotado desde a redemocratização for mantido, um deles será, pelo menos, o novo comandante do Exército.

A tradição é o envio de uma lista tríplice ao presidente eleito, com os nomes dos três mais antigos quatro estrelas na ativa. A partir de agosto, essa trinca será formada pelos generais Pujol; Paulo Humberto de Oliveira, comandante de Operações Terrestres; e Mauro Cesar Cid, chefe de Educação e Cultura. Os três, mais o general Carlos Alberto Barcellos, são os integrantes da turma de 77 que chegaram ao topo da carreira.

Na ativa, os quatro evitam encontros institucionais ou participação na campanha de Bolsonaro. Mas contatos existem: nas reuniões anuais da turma, no grupo de WhatsApp “Aman 77” ou em em almoços no fim de semana. Discutir a vida política do presidenciável é inevitável.A turma de 77 formou quase 400 aspirantes a oficial. Apesar do apoio maciço à candidatura de Bolsonaro, há ressalvas. Em abril, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, denunciou Bolsonaro por racismo.

“Ele não deveria ter dito isso”, diz uma mensagem comum no grupo.

Estereótipo preocupa

Em encontros com generais da turma, Bolsonaro tem ouvido sobre a necessidade de deixar de ser “pitoresco”. Em entrevista ao jornal O Globo, Pujol diz enxergar coerência em Bolsonaro, mas afirma ter dito a ele para que se apresente ao eleitor de forma mais polida.

“O Bolsonaro tem uma personalidade muito pitoresca. Se ele perdesse um pouco dessa identidade, talvez não tivesse tantos eleitores. A gente conhece ele de perto, sabemos que é um pouco da imagem política dele”, diz o general.

Pujol aponta ainda que o colega da turma construiu sua vida política com base num “estereótipo”:

Pujol e Paulo Humberto, o segundo general mais antigo na ativa a partir de agosto, dizem que são amigos de Bolsonaro. Paulo Humberto afirma, porém, que seu amigo não necessariamente o representa:

“Como oficial do Exército, vamos ser representados por qualquer presidente eleito democraticamente. O Exército não pensa da forma como ele pensa e tem as mesmas expectativas em relação a todos.”

As turmas da Aman têm a tradição de se reunirem na própria academia, em Resende, a cada cinco anos. Os formandos de 77 decidiram ampliar os encontros, com eventos a cada fim de ano.

O general optou pela cavalaria. Paulo Humberto, pela infantaria. Bolsonaro integrou a artilharia. Os pontos em comum eram as atividades esportivas e o curso de paraquedismo. Os colegas de turma de Bolsonaro o descrevem como bom atleta, em especial no pentatlo.

Bolsonaro afirma não ter “nada a declarar” sobre as afirmações de seus colegas. O candidato do PSL confirma que pensa em escalar generais num eventual governo:

“Militar é cidadão, e eles farão parte do governo, caso mereçam. Já tenho ideia de quem serão.”

 

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