Sábado, 20 de abril de 2024

Porto Alegre

CADASTRE-SE E RECEBA NOSSA NEWSLETTER

Receba gratuitamente as principais notícias do dia no seu E-mail ou WhatsApp.
cadastre-se aqui

RECEBA NOSSA NEWSLETTER
GRATUITAMENTE

cadastre-se aqui

Colunistas Bom e bonito

Compartilhe esta notícia:

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

Eta dias conturbados. É crise à direita, à esquerda, à frente, atrás. Economia e política se dão as mãos. Ambas conjugam o verbo faltar. De um lado, falta dinheiro. De outro, falta decoro. A primeira carência é pra lá de familiar. A segunda suscita dúvida. De onde vem a senhora que virou moda nos tempos de Lava-Jato, denúncias e delações?

Decoro nasceu na língua dos Césares. No latim, a palavra decorum significa decência ou algo que convém. Vem de decor. A dissílaba tem outra acepção — beleza ou ornamento. Daí decoração. Ao falar em falta de decoro, associam-se os dois conceitos. Um: o moral. O outro: a graça. Ter decoro é ser belo por dentro e por fora.

Daqui ninguém me tira

Vivemos época de ineditismos. Um deles: um ex-presidente da República é sentenciado. Outro: um presidente da República é denunciado por crime comum. Mais um: senadoras ocupam a mesa diretora e impedem que o dono da cadeira tome assento no que é seu.

O ato das senhoras mexeu com os brios de gregos, troianos, goianos e baianos. Elas se esqueceram do significado de parlamento. O polissílabo vem de parola, que quer dizer conversa. Em bom português: parlamentar parlamenta. Conversa. Dá a vez à palavra. Nunca à força.

Consequência

As consequências, repete o conselheiro Acácio, vêm depois. E vieram. A tomada da mesa diretora do Senado por sete horas mereceu manchetes, comentários e… vexames. O mais visível: repórteres não se cansavam de repetir que as senadoras continuam “na mesa”. Bobearam. Elas não estavam sentadas em cima da mesa. Estavam sentadas à mesa. Uma em cada cadeira.

Troca-troca

Epa! O jogo político entrou em campo. Deputado do contra foi ao ar e perdeu o lugar. A duplinha troca-troca virou vedete. Com ela, a questão: a palavra tem plural? Tem: troca-trocas ou trocas-trocas. Você escolhe.

Olha a letra

Ninguém se surpreendeu. O ex-governador do Rio Sérgio Cabral desviou milhões de dólares para o exterior. A surpresa veio com a declaração da procuradora fluminense. A moça falou em “vultuosos” valores. Valha-nos, Deus. Na empolgação, ela esqueceu que uma letra faz a diferença. Confundiu vultoso (alto, elevado) com vultuoso (atacado de vultuosidade — congestão facial).

Crise linguística

“No momento onde o Brasil vive crise política”, disse o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em entrevista à GloboNews. Que não o tenham escutado os colegas. Eles sabem que onde indica lugar físico. Daí por que Gonçalves Dias escreveu: “Minha terra tem palmeiras / onde canta o sabiá”. Não é lugar físico? Venha, duplinha em que: No momento em que o Brasil vive crise política.

Leitor pergunta

Quantas vezes devo reler o texto? 

Clara Gonçalves, Boa Vista

Pelo menos cinco. A releitura tem quatro funções. Uma: checar as informações. Duas: corrigir os erros gramaticais. Três: eliminar as repetições. Quatro: cortar o desnecessário. Aí, aconselham os manuais, seja impiedoso. Ante a menor dúvida de redundância, pare, leia, corte. Pronto: usufrua o prazer de ter escrito um texto nota mil. Palmas pra você.

Recado

“Todas as palavras são rigorosamente lindas. Nós é que as corrompemos.”

Nelson Rodrigues

 

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de Colunistas

Alvos da Justiça barraram denúncia contra Temer
Brasil já é o maior exportador de carne bovina
https://www.osul.com.br/bom-e-bonito/ Bom e bonito 2017-07-15
Deixe seu comentário
Pode te interessar