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Mundo Brasileiro ex-presidente da Nissan que está preso no Japão diz ter sido castigado antes de ser considerado culpado

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Carlos Ghosn está preso desde 19 de novembro. (Foto: Reprodução)

O ex-presidente da aliança Renault-Nissan-Mitsubishi, Carlos Ghosn, disse em nova entrevista nesta quinta-feira (31) que foi “castigado antes de ser considerado culpado”. Para o executivo, a recusa da justiça japonesa de libertá-lo sob fiança “não seria normal em qualquer outra democracia”. As declarações foram dadas para a agência France Presse, na primeira entrevista do executivo brasileiro com veículo de comunicação que não é japonês.

Carlos Ghosn está preso desde 19 de novembro no Japão sob acusação de violações e fraudes fiscais envolvendo a Nissan, bem como do uso de recursos da empresa para benefícios particulares e para cobrir prejuízos em investimentos pessoais.

Não há previsão de que ele deixe a prisão. O brasileiro teve diversos pedidos de liberdade sob pagamento de fiança negados, o mais recente no dia 22 de janeiro.

Na quarta-feira (30), o executivo negou ser culpado e disse ser vítima de uma conspiração ao jornal japonês “Nikkei”.

De acordo com Ghosn, executivos da Nissan que eram contra uma maior integração com a Renault foram os responsáveis pelo complô. O ex-presidente do conselho da montadora planejava aprofundar as relações dentro da aliança, da qual foi o idealizador. Rumores de uma possível fusão existiam desde o início do ano passado.

Ele esperava poder ser posto em liberdade sob fiança para então falar do assunto, mas, após vários golpes, decidiu contra-atacar na imprensa.

“Estou concentrado, quero lutar para restabelecer minha reputação e me defender contra falsas acusações. Me recusaram a liberdade sob fiança. Não seria normal em nenhuma outra democracia no mundo”, afirmou, em entrevista à AFP e ao jornal francês “Les Echos”, no centro de detenção em Tóquio.

“Por que me puniram antes de ser declarado culpado?”, questionou Ghosn, de 64 anos.

“Tenho diante de mim um exército na Nissan. Centenas de pessoas se dedicam a este caso, 70 no gabinete do promotor, e eu estou preso há mais de 70 dias. Não tenho telefone, nem computador, como posso me defender?”, acrescentou.

Na quarta-feira, em uma entrevista ao jornal econômico japonês “Nikkei”, já criticou abertamente os dirigentes da Nissan, o construtor nipônico que o derrubou após ordenar uma investigação interna a partir do verão de 2018.

Segundo ele, quiseram tirá-lo, porque tinha “o projeto de integrar” Renault, Nissan e Mitsubishi Motors, repetiu o ex-dirigente nesta quinta.

“É um caso de traição. Há várias razões para isso. Havia muita oposição e ansiedade sobre o projeto de integrar as companhias (Nissan, Renault, Mitsubishi Motors)”, insistiu.

De família libanesa e cidadania francesa, nasceu no Brasil, em 1954, na cidade de Porto Velho (RO). Mais tarde, Carlos Ghosn se mudou para a França e cursou engenharia na Escola Politécnica e Escola de Minas de Paris. Em 1996 entrou para a Renault, onde atuou como presidente do conselho e presidente executivo.

Em 1999, passou a exercer os mesmos cargos na Nissan, parceira da francesa. Também em 1999 teve início a aliança Renault-Nissan, idealizada por ele e que, anos depois, passou a contar também com a Mitsubishi.

Ghosn passou a ser considerado como um “titã da indústria” por salvar a Nissan da falência com uma estratégia radical (e bem-sucedida) de corte de custos no início dos anos 2000. Em 2017, o executivo deixou a presidência da Nissan para dedicar-se às parceiras Renault e Mitsubishi, na qual também passou a ser presidente do conselho.

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