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Brasil Brasileiros estão fugindo da caderneta de poupança, que perdeu 32 bilhões de reais em cinco meses

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Poupança enfrenta o quinto mês seguido em que as retiradas superaram os depósitos. (Foto Lucas Uebel/ O Sul)

As perdas da caderneta de poupança já somam 32,28 bilhões de reais em 2015, informou na sexta-feira (5) o BC (Banco Central). Apenas em maio, houve saída líquida de recursos (retiradas menos depósitos) de 3,2 bilhões de reais, o pior resultado para o mês dentro da série histórica do BC, que começou em 1995.

Foi o quinto mês seguido em que as retiradas superaram os depósitos no País. Entretanto, a perda de maio foi a menor do ano: em abril, foi de 5,85 bilhões de reais e, em março, de 11,43 bilhões de reais – este o maior saque de recursos da poupança para todos os meses, considerando a mesma série histórica do BC.

Em maio, de acordo com a instituição, foram depositados 153,23 bilhões de reais nas cadernetas de poupança. Entretanto, as retiradas foram superiores: 156,43 bilhões de reais. Por isso, a perda de 3,2 bilhões de reais registrada no mês passado.

No total, o volume de recursos aplicados na poupança ao final de maio era de 648,77 bilhões de reais, um pouco acima do registrado um mês antes (648,30 bilhões de reais). No fim do ano passado, porém, o estoque de recursos era de 662,7 bilhões de reais.

Cenário econômico

A evasão de valores da mais tradicional modalidade de investimentos do País acontece em um momento econômico difícil: de alta da inflação, dos juros, dos impostos e, também, do endividamento das famílias. Na quarta-feira (3), o Copom (Comitê de Política Monetária) do BC decidiu subir a Selic, os juros básicos da economia, de 13,25% para 13,75% ao ano, um novo aumento de 0,50 ponto percentual. Foi a sexta elevação consecutiva da taxa, que atingiu o maior patamar desde agosto de 2006, ou seja, em quase nove anos – quando estava em 14,25%.

A poupança tem perdido atratividade frente a outros investimentos. Isso ocorre porque o rendimento dos fundos de renda fixa sobe junto com a Selic. Já o rendimento das cadernetas, quando a taxa de juros está acima de 8,5%, está limitado em 6,17% ao ano mais a variação da TR (Taxa Referencial).

Especialistas avaliam que, independentemente do rendimento, a caderneta de poupança ainda pode ser uma boa opção de investimento em alguns casos. Pode ser uma boa alternativa, por exemplo, para pequenos poupadores (com pouco dinheiro guardado), para pessoas que buscam aplicações de curto prazo (poucos meses) ou que procuram formar um “fundo de reserva” para emergências, uma vez que não há incidência do IR (Imposto de Renda).

Nos fundos de investimento, ou até mesmo no Tesouro Direto (programa do governo de compra de títulos públicos pela internet), há cobrança do IR e, na maior parte dos casos, de taxa de administração. Nos fundos de investimento e no Tesouro Direto, o IR incide com alíquota regressiva, ou seja, quanto mais tempo os recursos ficarem aplicados, menor é o valor da alíquota incidente na hora do resgate.

Preço dos imóveis

A fuga histórica de recursos da poupança pode acelerar a queda de preços reais dos imóveis no Brasil, advertiu a agência Fitch Ratings em relatório divulgado nesta semana. Segundo a Fitch, as recentes medidas do BC para diminuir as exigências de reservas para os depósitos de poupança e aumentar a disponibilidade dos depósitos para financiamentos imobiliários podem temporariamente trazer alívio ao mercado, mas é improvável que revertam a tendência global.

“A evasão líquida recorde de depósitos de poupança desde o começo do ano vem desgastando a fonte de financiamentos imobiliários mais barata do Brasil e forçando bancos a restringirem a concessão e a aumentar as taxas de crédito imobiliário”, afirmou o documento.

Financiamentos mais caros e restritivos e dificuldades macroeconômicas estão empurrando o mercado imobiliário para baixo, concluiu a agência. “Crescimento negativo, crescente desemprego e elevados níveis de dívida, combinados a inflação e déficits públicos elevados, que, por sua vez, são endereçados por aperto monetário e fiscal, contribuíram para que os preços médios de oferta de unidades residenciais nas grandes cidades brasileiras começassem a diminuir desde agosto de 2014.” (AG)

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