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Geral Brasileiros operavam rota de cocaína da guerrilha com militares corruptos da Venezuela

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Grupo guerrilheiro trazia cocaína da Colômbia para território venezuelano. (Foto: Luis Robayo/AFP)

Uma organização criminosa comandada por empresários brasileiros era responsável pelo transporte de cocaína das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) em uma rota da Venezuela para Honduras, onde toneladas da droga eram entregues aos dois principais cartéis de tráfico mexicanos, Sinaloa e Los Zetas.

O grupo comprava códigos de identificação do controle aéreo venezuelano, que deixava de abater os pequenos aviões de transporte. Cada voo pagava até 400 mil dólares de propina a militares da Venezuela.

Na última terça-feira (2), a Delegacia de Repressão a Entorpecentes da Superintendência paulista da PF (Polícia Federal) cumpriu 13 mandados de busca e apreensão em São Paulo, Minas Gerais e Mato Grosso.

Helicóptero

As investigações, que iniciaram em 2012, resultaram na apreensão do helicóptero da empresa Limeira Participações, do então senador e ex-presidente do Cruzeiro (MG) Zezé Perrella (PDT-MG) em 2013, no Espírito Santo, com 445 quilos de cocaína. As buscas desta semana fecharam a primeira fase da Operação Dona Bárbara.

Segundo o delegado federal Rodrigo Levin, a apuração iniciou com a vigilância de dois empresários brasileiros, Manoel Meleiro Gonsalez e Ronald Roland. Ambos estariam comprando aeronaves e preparando carregamentos de cocaína na rota Venezuela-Honduras.

Ao mesmo tempo, em uma mensagem por celular, o homem apontado pela PF como líder da organização, o fazendeiro brasileiro Paulo Flores, escreve ao contato hondurenho José Cristian Espinosa que os aviões aguardavam “el permiso de los teles” para o transporte. Teles eram os códigos de entrada no espaço aéreo da Venezuela.

As aeronaves partiam do interior paulista, Sinop (MT), São Félix do Araguaia (TO) e Bacabal (MA). Antes de decolar, os pilotos recebiam o código transponder, número que fazia o aparelho emitir um sinal que identificava o voo nos radares operados pelo Exército venezuelano.

Sem abate

De posse do código, a força aérea da Venezuela sabia que o avião que cruzaria o espaço aéreo do país pagou propina. Assim, não o abatia, mesmo ao receber informações da polícia sobre a ilegalidade do voo.

As aeronaves pousavam em Aparte, no Departamento de Zulia, perto da base militar de Maracaibo. Em pelo menos uma oportunidade, os narcotraficantes trocaram mensagens, dizendo que haviam pagado propina adicional de 100 mil dólares para guardar o avião em um hangar do Exército.

Em Aparte, as aeronaves eram carregados com droga trazida pelas Farc da Colômbia. O venezuelano Euder Jaramillo Perdomo cuidava da logística. Com outro código transponder, o avião rumava para Honduras. No país centro-americano, a propina para a polícia era de 200 mil dólares por voo. A cocaína era entregue aos mexicanos em uma quantidade média entre 700 quilos e 2,5 toneladas.

Flores, que foi preso pela PF com 2,3 milhões de reais em dinheiro, é dono de sete aéreas. Ele alegou inocência. Já Roland e Gonsalez respondem inquérito livres e se dizem insuspeitos. (AE)

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https://www.osul.com.br/brasileiros-operavam-rota-de-cocaina-das-farc-com-militares-corruptos-da-venezuela/ Brasileiros operavam rota de cocaína da guerrilha com militares corruptos da Venezuela 2015-06-05
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