Armando Burd A cada capítulo, uma nova emoção
Por Redação O Sul | 11 de maio de 2017
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
Com a liberação de trechos do depoimento do marqueteiro João Santana, ontem, soou o gongo para o 2º round. Como era esperado, declarou que o ex-presidente Lula tinha conhecimento dos pagamentos por fora, feitos à empresa dele no exterior.
Quanto ao depoimento de Lula, visto e revisto à exaustão, não teve como surpreender. Mostrou desenvoltura e preparo para as respostas. Alguém apostava no contrário?
Inovação na telinha
Os tucanos evitaram, ontem à noite, que a maioria baixasse o som ou desligasse os aparelhos de TV como costumeiramente ocorre quando começam os programas de propaganda partidária. Usando o formato da autocrítica e através de uma conversa franca, o PSDB expôs e discutiu o que separa os políticos da população. Durante sete minutos, os participantes avaliaram comportamentos, ideias e atitudes. A participação de cartolas, nos três últimos minutos, seria dispensável.
Querem aplicar golpe no RS
A Câmara dos Deputados decidiu: os Estados que assinarem o regime de recuperação fiscal não poderão questionar dívidas com a União na Justiça. Foram 296 votos contra e 91 a favor da proposta da bancada do DEM, que garantiria o direito à batalha judicial.
A medida atinge diretamente o Rio Grande do Sul, que necessita do socorro financeiro oferecido pelo governo federal, mas ficará proibido de manter ou entrar com novas ações. O protesto imediato foi do deputado federal Onyx Lorenzoni: “Não cabe à União retirar dos Estados aquilo que a Constituição esculpiu, que é o direito de defesa.
Brasília quer impedir, por exemplo, que o governo gaúcho acione a União para reaver os 43 bilhões de reais da Lei Kandir, que não foram repassados. Verdadeiro calote de um regime que diz presidencialista, mas mostra-se imperial.
É assim
Entre abusos e oportunismos que favorecem a poucos, o poder segue concedendo isenções fiscais com suor alheio. Os sinais de esgotamento estão cada vez mais claros por falta de compromisso efetivo com o interesse público.
Objeto do desejo
“O dia em que me queiras”, estrelado por Carlos Gardel, o maior cantor de tangos de todos os tempos, estreou a 12 de maio de 1947 no cine Vera Cruz, depois Victoria, em Porto Alegre. Poderia ser hoje refilmado, tendo como atores líderes políticos que não conseguiram se eleger.
Vergonhoso
Assim como os sinais de trânsito, falta afixar placa de aviso em algumas ruas do Centro de Porto Alegre: Zona de Alto Risco. Os assaltos, praticados por trombadinhas e trombadões, sucedem-se. Antes, desprezavam bijuterias de mulheres. Hoje, vale tudo. A avenida Salgado Filho virou um caos a qualquer hora do dia. À noite, pedestres deveriam ser proibidos de passar por ali.
A quantas andamos
Estudo sobre a cobrança de impostos per capita e o Índice de Desenvolvimento Humano, desenvolvido pelo Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário, mostra desconfortável realidade: entre os 30 países com maior carga tributária, o Brasil é o que dá o pior retorno da qualidade de serviços à população.
Chega de enxugar o gelo
É indispensável que a indignação difusa seja transformada, a partir da coesão, em movimento forte e organizado. Mais do que expressar, há necessidade de a sociedade fazer sentir o peso de sua vontade. Quando isto acontecer, o Brasil estará dando o salto definitivo rumo a um futuro melhor.
Lição de estilo
“Este País está ficando tão louco que já se cogita substituir o berço esplêndido do Hino Nacional pelo divã do psicanalista.” Homenagem ao cronista Jotabê, que publicou por muitos anos a coluna Domingo é meu, no Correio do Povo.
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
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