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Mundo A campanha para as eleições legislativas argentinas representam o primeiro grande teste eleitoral para o presidente Mauricio Macri. Duas grandes estrelas roubaram totalmente a cena

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Ex-presidente Cristina Kirchner disputa vaga no Senado, e governadora de Buenos Aires, Maria Eugenia Vidal, mesmo sem ser candidata, fez campanha como se fosse. (Foto: Reprodução)

A campanha para as eleições legislativas argentinas, que serão realizadas neste domingo (22) e representam o primeiro grande teste eleitoral para o presidente Mauricio Macri, teve duas grandes estrelas, que roubaram totalmente a cena. Duas mulheres, de estilos antagônicos, serão protagonistas da disputa mais acirrada do dia: o pleito na província de Buenos Aires, principal distrito eleitoral do país. Aos 64 anos, a ex-presidente Cristina Kirchner (2007-2015) busca uma vaga no Senado mas, principalmente, um resultado que a consolide como principal líder da oposição e candidata com chances para as presidenciais de 2019. Aos 44, a governadora Maria Eugenia Vidal, que não é candidata mas fez campanha como se fosse, tentará entregar a Macri uma vitória que confirme o crescimento e fortalecimento de seu partido, Mudemos, na província considerada fundamental para garantir a governabilidade de qualquer presidente argentino.

Cenário incerto

Nas últimas semanas, Cristina e Maria Eugenia desfilaram por programas de TV e trocaram acusações. Um dos debates foi sobre a situação da saúde na província de Buenos Aires, onde a ex-chefe de Estado inaugurou vários hospitais na reta final do segundo mandato, um deles chamado Néstor Kirchner — em homenagem a seu marido e antecessor, morto em 2010. Cristina acusou a governadora de ter “esvaziado hospitais, hoje sem camas nem recursos”. Já Maia Eugenia assegurou que a ex-presidente fez obras apenas para inaugurá-las, mas entregou hospitais sem equipamento necessário.

A realidade é que o hospital Néstor Kirchner é hoje uma gigantesca construção abandonada, no coração do município de La Matanza (a 30 quilômetros da capital), onde vivem dois milhões de pessoas. Cercado por uma grade, o local está vazio e em estado de evidente deterioração. E moradores estão divididos: alguns culpam Cristina e outros acusam a governadora de não ter terminado o trabalho.

“Elas brigam, mas a verdade é que aqui estamos numa situação muito ruim e não temos o hospital que precisaríamos. Maria Eugenia deveria se encarregar de equipar o hospital”, comentou a vendedora Fernanda Gutiérrez.

Já o professor Alejandro Romero acusou Cristina pelas obras incompletas, que mesmo assim foram inauguradas, “só para fazer campanha”.
Nas primárias de agosto, a ex-presidente ficou em primeiro lugar na província, com menos de um ponto percentual de vantagem. Neste domingo, analistas acreditam que o partido governista Mudemos tem chances de reverter o resultado e derrotá-la. Mas o cenário é incerto, e todos coincidem que em Buenos Aires Cristina mantém base de apoio expressiva, porém, insuficiente para um retorno ao poder.

“Cristina conseguiu mais de 4 milhões de votos nas primárias, foi a candidata da oposição mais votada. Mas isso não sustenta uma eventual candidatura presidencial”, disse Diego Reynoso, professor da Universidade de San Andrés.

Para ele, Maria Eugenia Vidal é o grande fenômeno da política argentina no momento, “com quase 70% de imagem positiva”.

“A governadora tem um estilo não combativo e aposta na empatia com a população, na imagem de uma pessoa comum, como nós. Hoje, tem um peso central na estrutura de poder do Mudemos e é candidata à sucessão de Macri”, afirmou.

A eleição é importantíssima para o presidente. Seu partido não tem o controle do Congresso e precisa ampliar as bancadas em ambas as casas para encarar a segunda metade do mandato e preparar-se para as eleições de 2019. Macri pretende avançar com reformas sensíveis, como a trabalhista, e sem uma representação maior não terá dificuldades.

“Mudemos deverá se consolidar como a principal força política do país, mas a eleição em Buenos Aires será apertada. Os riscos são maiores para Cristina”, apontou Julio Burdman, da Universidade Nacional de Buenos Aires, acrescentando: “Se a ex-presidente vencer, fica a expectativa de sua volta. Se perder, ficará claro que não haverá tentativa de reeleição”.

Já para Macri, segundo o analista, um revés na província não seria tão grave, “porque seu partido certamente crescerá em outras regiões e se firmará como principal força política da Argentina”.

Para ambos analistas, Cristina ainda é forte, mas não mais majoritária.

“A ex-presidente não tem apoio para conduzir um espaço nacional”, assegurou Reynoso.

Em inédita maratona por canais de TV e rádios (Cristina nunca gostou de dar entrevistas), a ex-chefe de Estado chegou a imitar a governadora, segundo ela protegida pelos meios de comunicação.

“Quando ela vem é tudo lindo, maravilhoso. Depois eu chego e são só ataques”, disse Cristina, numa das entrevistas.

Maria Eugenia, divorciada e mãe de três filhos, é, segundo algumas pesquisas, mais popular do que o próprio Macri. Não tanto por sua gestão, mas, principalmente, por seu carisma. Já Cristina tem um altíssimo índice de rejeição e continua às voltas com graves acusações de corrupção, envolvendo, também, seus dois filhos.

“Se eu fosse Cristina, teria demonstrado minha inocência e depois me candidatado”, alfinetou a promessa da política argentina.

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