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Mundo Candidatos às eleições de outubro na Argentina têm se inspirado no sucesso do conservadorismo no Brasil e disputam o título de “Bolsonaro argentino”

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Os conservadores Juan José Gómez Centurión, candidato a presidente, e Cynthia Hotton, sua vice. (Foto: Frente Nos)

Candidatos às eleições de outubro na Argentina têm se inspirado no sucesso do conservadorismo no Brasil e disputam o título de “Bolsonaro argentino”. Na briga pela presidência, Juan José Gómez Centurión é o candidato, um veterano da Guerra das Malvinas que já fez parte do governo do presidente Mauricio Macri. No interior, o deputado Alfredo Olmedo, pré-candidato ao governo de Salta (uma das províncias mais pobres do país), é quem levanta bandeiras contra a “ideologia de gênero” e a favor das “duas vidas”, ou seja, contra a legalização do aborto.

Militar reformado, Centurión tem como candidata a vice a diplomata Cynthia Hotton. Ambos tiveram, na quarta-feira, uma reunião por videoconferência com Steve Bannon, ex-estrategista de campanha de Donald Trump, agitador de uma onda nacionalista de direita em todo o mundo e com contato com a equipe de Bolsonaro. Foi a quarta reunião de Cynthia com o americano e a primeira de Centurión.

“Bannon está interessado em acompanhar o que está acontecendo na Argentina e lhe pareceu muito interessante nossa chapa”, disse Cynthia. Sobre a possibilidade de o americano trabalhar na campanha, a diplomata afirmou apenas que eles seguirão em contato. “Vamos continuar conversando. O que todos veem é que nossa chapa tem muita semelhança com a de Bolsonaro. Centurión é um católico muito comprometido com os valores. Eu sou evangélica. Há várias coincidências.”

Segundo Centurión, o principal ponto de convergência é que tanto ele como o presidente brasileiro expressam a “reconversão da identidade nacional” em cada país. “Temos muitas características em comum, que hoje me parecem características quase universais de um modelo de uma direita republicana moderna”, afirmou. “Cada país e seu povo têm a própria expressão de valores. Mas eu poderia ser o equivalente a Bolsonaro. Não exatamente igual, porque ele é um produto tipicamente brasileiro.”

Para Centurión, a falta de valores na sociedade argentina é responsável pelo fracasso do país. “Propomos assumir o governo porque a classe política, nos últimos 50 anos, nos levou a um nível alto de fracasso, de endividamento e de pobreza. Isso ocorre porque ela usou como base um modelo absolutamente afastado dos valores fundacionais da Argentina”, disse ele, que também já foi vice-presidente do Banco de La Nación e diretor da Aduana argentina.

O fim do debate para legalizar o aborto e da ideologia de gênero – “um modelo ditatorial e totalitário que avança desde alguns setores do Estado em detrimento dos direitos individuais das pessoas”, segundo Centurión – são as principais bandeiras da chapa.

A possível legalização do aborto – que foi aprovada pelos deputados no ano passado, mas derrubada pelos senadores – foi um propulsor para a formação da chapa, diz o militar reformado. “Estávamos em desacordo com a agenda do aborto, que havia sido impulsionada pelo governo.” Apesar de vários membros do governo Macri serem contrários à legalização do aborto, o presidente não bloqueou o debate sobre o assunto no Congresso e afirmou que não vetaria a medida se fosse aprovada.

Na área econômica, a Frente NOS, coligação dos candidatos, defende intervenção mínima do Estado e redução dos gastos públicos e dos impostos. O nome NOS é uma referência à primeira palavra que aparece na Constituição argentina.

Ao contrário de Bolsonaro, porém, o candidato afirma que houve, sim, uma ditadura em seu país, mas ela veio após um ataque de “organizações armadas, que eram parte da estratégia cubana para a conquista do poder do Estado na Argentina”. Cynthia diz ser “totalmente contra ditaduras”. Afirma, por outro lado, que a chapa defende os direitos humanos dos militares presos por crimes contra a humanidade cometidos na ditadura (1976-1983).

O assunto é sensível no país. Militares condenados e com mais de 70 anos querem cumprir suas penas em prisão domiciliar. Pela lei argentina, isso só não é permitido em casos de crimes contra a humanidade. Hoje, há 95 militares idosos presos, mas entidades de parentes de vítimas da ditadura (como as Avós da Praça de Maio, que tem forte apoio popular) se opõem à liberdade dos condenados.

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