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Brasil Cariocas passam a fugir dos túneis devido à violência: um só deles teve 14 arrastões este ano

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A cena de violência já virou rotina nos principais túneis do Rio. (Foto: Reprodução)

Criminosos armados interromperam o trânsito, por volta das 23h de segunda-feira (24), dentro do Túnel Santa Bárbara, no Rio. Em seguida, avançaram contra um carro, que foi levado. O dono do veículo ficou a pé, em meio à galeria que liga Laranjeiras ao Catumbi, enquanto outros motoristas tentavam, em pânico, escapar na contramão ou de marcha a ré. A cena de violência já virou rotina nos principais túneis do Rio — somente o Santa Bárbara já registrou 14 arrastões desde o início deste ano — e tem levado muitos cariocas a mudar de trajeto, mesmo que isso signifique passar mais horas no trânsito, somente para evitar o confinamento em vias sem opções de fuga.

Para fugir do Santa Bárbara, por onde passam 93 mil veículos por dia, vale tudo. A auxiliar administrativa Rossana Braga Monteiro, que mora no Flamengo e trabalha na Cidade Nova, não se incomoda em gastar mais nas corridas de táxi. Ela sempre pede aos motoristas que sigam pelo Aterro.

“O valor é bem mais alto, mas não tem como passar pelo Santa Bárbara. E o problema não é apenas o túnel, mas também o entorno. Ali está muito perigoso”, diz Rossana, que já tem decorados os horários que, segundo ela, são de maior risco. “Os assaltos acontecem principalmente no início da manhã, por volta das 7h, ou à noite, perto das 22h.”

Mas o próprio titular da 9ª DP, o delegado Alexandre Braga admite que os arrastões acontecem a qualquer hora do dia e da noite. Em abril, a galeria sentido Catumbi foi fechada às 15h de um sábado. Um operador de trânsito que trabalha no local contabiliza, informalmente, que são, pelo menos, dois episódios de violência por mês.

No Rebouças, não tem sido muito diferente. Em agosto, num domingo à tarde, motoristas abandonaram seus carros no túnel, com medo de um suposto arrastão. O local, aliás, é o “pesadelo” da professora Renata de Melo, moradora da Tijuca. Para evitar passar pela via, principal ligação entre as zonas Sul e Norte, ela tem deixado o carro em casa e vai para a Zona Sul de metrô: “Morro de medo. Se não tiver jeito, vou pelo Aterro. Soube de muitos arrastões, tanto no Rebouças quanto no Santa Bárbara. Fico até meio neurótica, olhando os aplicativos antes de sair de casa”.

Apesar do pavor de ficar presa num assalto, Renata não presenciou nenhum arrastão, mas Maurício Cezar, que é motorista de aplicativo de transporte, não teve a mesma sorte. Em julho, ele estava dentro do Santa Bárbara, com duas passageiras idosas no carro, quando percebeu uma movimentação estranha na entrada do túnel, no sentido Catumbi. Ele acelerou e viu pelo retrovisor bandidos armados fecharem as pistas e anunciarem um arrastão. Maurício foi o último motorista a passar antes do assalto e conta que só conseguiu escapar por estar sempre atento a possíveis episódios de violência: “Vi os dois carros andando muito devagar e os ultrapassei. Trabalhando mo trânsito todos os dias, consigo ter malícia em certas situações”.

Quem trafega pelo Túnel Martin Sá, que liga o Catumbi à Lapa, também tem do que se queixar. Em junho, a nutricionista Rosane França foi assaltada no local e hoje pensa duas vezes antes de se aventurar num túnel da cidade. “Um motoqueiro me fechou e pediu meus pertences. Quando cheguei na delegacia, já havia outras três vítimas.”

A jornalista Paula Peltier, que no mês passado presenciou um tumulto no Rebouças, tem evitado passar por túneis em geral. Mas nem sempre dá certo. No feriadão de 7 de setembro, ela voltou de viagem e, com o Aterro fechado, teve que passar pelo Santa Bárbara para chegar à Zona Sul: “Quando saí da Linha Vermelha, precisei optar pelo Rebouças, Santa Bárbara ou Marcello Alencar. Fui pelo Santa Bárbara com medo, tenho evitado lugares fechados”.

 

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