Sexta-feira, 29 de março de 2024
Por Redação O Sul | 1 de março de 2017
O CEO do Uber, Travis Kalanick, aparece batendo boca com um motorista do aplicativo em um vídeo obtido pela revista Bloomberg e divulgado na terça-feira (28). O executivo perdeu a paciência ao ouvir críticas do condutor à estratégia de preços da empresa.
As imagens mostram Kalanick acompanhado por duas mulheres no banco do de trás de um Uber Black, segundo a publicação. Os três passageiros conversam até que, no fim da corrida, o motorista, identificado como Fawzi Kamel, faz uma reclamação sobre as tarifas cobradas aos consumidores: “Vocês estão elevando os padrões [para os motoristas] e reduzindo os preços”.
A discussão, que havia começado amigável, termina com o executivo saindo do carro irritado depois de dizer que “algumas pessoas não gostam de assumir responsabilidade pelas próprias merdas”. O episódio teve repercussão internacional e levou Kalanick a enviar um e-mail a funcionários da empresa pedindo desculpas, de acordo com a Bloomberg.
“Dizer que estou envergonhado é pouco”, diz o texto divulgado pela revista. “Meu trabalho como líder é liderar e isso começa com um comportamento que deixe a todos orgulhosos. Não foi o que fiz. As críticas que recebemos são um lembrete de que eu preciso mudar como lider e crescer. Esta é a primeira vez que admito que preciso de ajuda para liderar e pretendo obtê-la”.
O bate-boca começou quando, ao se despedir de Kamel, Kalanick diz que a empresa deve reduzir o número de carros do serviço Black, o que irá reduzir a concorrência, favorecendo os motoristas da categoria. O condutor, então, reclama das condições e da redução de preços, o que o executivo nega que tenha acontecido com o Black.
Kalanick explica que, em geral, a diminuição de preços foi necessária para manter o Uber no mercado frente à concorrência de serviços similares. “Concorrência? Vocês tinham o modelo de negócio nas mãos. Poderiam ter os preços que quisessem, mas escolheram dar carona para todo mundo”, responde o motorista.
Em janeiro, o Uber foi alvo de uma campanha de boicote nos Estados Unidos, depois que a empresa foi acusada de minar protestos contra as restrições migratórias impostas pelo presidente americano, Donald Trump. Hashtags como #DeleteUber e #BoycottUber se espalharam por Twitter e Facebook para incentivar usuários a desinstalar o app e cancelar o cadastro no serviço. De acordo com a Bloomberg, 200 mil usuários encerraram suas contas durante o mês.