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Por Redação O Sul | 14 de agosto de 2017
A China, principal parceiro econômico da Coreia do Norte, anunciou nesta segunda-feira (14) a suspensão das importações de ferro, chumbo, minérios dos dois metais e produtos marítimos procedentes de Pyongyang, em aplicação às sanções decididas pelo Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas).
A partir de terça-feira (15), “ficarão proibidas todas as importações de carvão, ferro, minério de ferro, minério de chumbo e de animais marinhos e produtos do mar”, anunciou o Ministério do Comércio chinês em um comunicado, segundo a France Presse.
O anúncio acontece após o presidente da China, Xi Jinping, ter conversado por telefone com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, no fim de semana. Trump criticou em várias ocasiões a China, o principal aliado da Coreia do Norte, por “não fazer nada” para resolver o problema provocado pelos testes balísticos norte-coreanos. Pyongyang, que já manifestou seu descontentamento com Pequim por apoiar as sanções da ONU, não comentou a decisão.
Sanções
No início de agosto, o Conselho de Segurança aprovou, por unanimidade, a resolução com novas sanções à Coreia do Norte, após dois testes de mísseis balísticos intercontinentais que o país realizou em julho. Essas novas sanções poderão reduzir em até um terço a receita de exportação anual do país, que é de US$ 3 bilhões.
A resolução, que foi apresentada pelos Estados Unidos, proíbe as exportações norte-coreanas de carvão, ferro, minério de ferro, chumbo, minério de chumbo e frutos do mar. Entre outras determinações, o texto também proíbe que países aumentem o número de profissionais norte-coreanos que trabalham no exterior, a formação de novas joint ventures com a Coreia do Norte e qualquer novo investimento em joint ventures atuais.
As sanções são uma resposta aos testes de mísseis balísticos intercontinentais feitos por Pyongyang em julho. Em 28 de julho, o míssil percorreu 1.000 km antes de cair no Mar do Japão, em sua zona econômica exclusiva.
Ameaça de ataque
Dias depois da aprovação das sanções, a Coreia do Norte confirmou que estuda disparar quatro mísseis contra a ilha americana de Guam, no Pacífico, alegando que apenas a força faz sentido para o presidente americano Donald Trump. A divulgação da intenção norte-coreana de atacar Guam provocou um intenso debate com os Estados Unidos.
Trump usou a expressão “fogo e fúria” na terça-feira (08), ao comentar ameaças norte-coreanas, quando declarou: “É melhor que a Coreia do Norte não faça mais ameaças aos Estados Unidos. Enfrentarão fogo e fúria como o mundo nunca viu”.
No dia seguinte, ao detalhar seu plano para atacar Guam, o general norte-coreano Kim Rak Gyom afirmou que a declaração do presidente americano era “um monte de bobagem”. “Parece que ele não entendeu o recado. Diálogo saudável não é possível com um sujeito tão desprovido de razão e apenas força absoluta pode funcionar sobre ele”, disse o general.
Como o tom bélico não caiu após a forte declaração de Trump, o presidente avaliou que sua declaração não tinha sido “forte o suficiente”. A Coreia do Norte contra-atacou afirmando que os Estados Unidos irão “sofrer uma derrota vergonhosa e uma condenação final” caso “persistam em suas aventuras militares, sanções e pressões extremas”. (AG)