Quinta-feira, 25 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 3 de julho de 2017
O governo chinês disse que a entrada de um navio de guerra norte-americano em águas reivindicadas por Pequim é “uma provocação”. O USS Stethem, uma fragata, passou pelo arquipélago das ilhas Paracel, numa parte do Mar do Sul reivindicada pela China, Taiwan e Vietname no domingo. A manobra insere-se naquilo que Washington denomina de “operações de liberdade de navegação” – trata-se de incursões da Marinha norte-americana no Mar do Sul da China com o objetivo de contrariar as várias reivindicações territoriais na região.
Este tipo de operação foi iniciada pelo ex-presidente Barack Obama, mas esta já é a segunda incursão da Marinha americana desde que Donald Trump chegou à Casa Branca, em janeiro. A mensagem de Washington é de que não reconhece a soberania que é reivindicada pelos países em causa – e que receia poderem vir a pôr em causa o trânsito marítimo.
A China opõe-se a estas manobras em áreas que diz fazerem parte do seu território. Pequim “apela veementemente aos EUA para cessarem imediatamente este tipo de ação provocatória que viola de forma grave a soberania chinesa e põe em risco a segurança da China”, afirmou o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Lu Kang, através de um comunicado citado pela Reuters.
Há muito que os EUA acusam a China de construir ilhas artificiais na região, de forma a garantir a sua soberania. O Mar do Sul da China é uma das regiões mais contestadas do planeta, com vários países asiáticos com reivindicações coincidentes. Em causa está uma zona por onde passa aproximadamente um terço do comércio mundial marítimo.
A passagem do Stethem pelas ilhas Paracel aconteceu algumas horas antes de um telefonema entre o presidente chinês Xi Jiping e o seu homólogo norte-americano. O líder chinês abordou os “factores negativos” que estão afetando as relações entre os dois países.