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Por Redação O Sul | 1 de novembro de 2017
A CIA, a agência central de inteligência norte-americana, revelou nessa quarta-feira um vasto arquivo de documentos e vídeos apreendidos em 2011 na invasão americana a um complexo paquistanês em que matou o líder da Al Qaeda, Osama bin Laden. Investigadores de um “think tank” de Washington que tiveram acesso prioritário ao novo dossiê disseram que o arquivo inclui o vídeo de casamento do filho de Bin Laden e diários deixados pelo militante saudita.
“A revelação de hoje dá a oportunidade ao povo americano de obter mais informações sobre os planos e trabalhos dessa organização terrorista”, afirmou o diretor da CIA, Mike Pompeo.
A CIA disponibilizou on-line 470 mil arquivos adicionais apreendidos em maio de 2011, quando os SEALs – força de elite da Marinha americana – invadiram o complexo em Abbottabad e mataram o líder da rede errorista Al Qaeda.
Segundo comunicado da CIA, os novos arquivos liberados incluem mais de 18 mil documentos escritos, incluindo seu diário pessoal, 79 mil arquivos de áudio e de imagem e mais de 10 mil arquivos de vídeo.
O material pode ser acessado em uma página do próprio site da CIA, em inglês.
De acordo com Thomas Joscelyn e Bill Roggio, acadêmicos da Fundação pela Defesa da Democracia que tiveram a permissão para estudar os arquivos antes de serem tornados públicos, isso fornece novas informações.
“Esses documentos ajudarão a preencher alguns espaços em branco que ainda temos sobre a liderança da Al Qaeda”, disse Roggio.
A inclusão do vídeo de casamento de Hamza Bin Laden, por exemplo, mostra ao mundo a primeira imagem do filho favorito de Bin Laden como adulto, em uma gravação aparentemente feita no Irã.
Um dos documentos, supostamente escrito por um proeminente membro da Al-Qaeda, detalha a existência de um acordo com o Irã: a organização terrorista atacaria os interesses dos EUA na “Arábia Saudita e no Golfo [Pérsico]”, recebendo em troca “dinheiro” e “armas” e oferecendo-lhes “treinamento nos campos do Hezbollah no Líbano”.
Recentemente, o presidente dos EUA, Donald Trump, voltou a bater na tecla de que Teerã fomenta e apoia o terrorismo no Oriente Médio, o que o governo iraniano refutou veementemente, em um acirramento das relações entre os dois países.
O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, disse nesta quarta-feira ao presidente russo, Vladimir Putin, que Teerã e Moscou precisam aumentar cooperação para isolar os Estados Unidos e ajudar a estabilizar o Oriente Médio, relatou a TV estatal.
Putin se encontrou com líderes políticos iranianos em um esforço para estimular uma fortalecida relação calorosa desde que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaçou recentemente abandonar o acordo nuclear internacional com o Irã alcançado em 2015.
“Nossa cooperação pode isolar a América… O fracasso de terroristas apoiados pelos EUA na Síria não pode ser negado, mas americanos continuam seus planos”, disse Khamenei a Putin, de acordo com a TV estatal iraniana.