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Bruno Xavier Cidade menos saudável

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(Foto: Reprodução)

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

A capital dos gaúchos não passa pelos seus dias mais saudáveis. Essa afirmação não se baseia apenas em um comentário empírico, formado por quem mora nesta cidade há quase três décadas, mas sim por quem utiliza seus espaços públicos como uma das suas formas de sustento.

Nos últimos dez anos, como profissional de educação física, acompanho alunos e clientes que optaram por praticar exercícios físicos ao ar livre, ao invés de serem frequentadores de uma academia. As alegações destes passam por desconfortos com ambientes fechados e barulhentos, muitas pessoas circulando dentro da mesma área, valores que nem sempre são compatíveis com suas realidades financeiras, além do comentário de que a academia se tornou uma extensão da vida social e não apenas um ambiente para a prática de exercícios.

Considero que cada qual sabe aquilo que mais lhe agrada e que, portanto, enquanto prestador de serviços não cabe a mim tentar moldar as opiniões e preferências dos meus clientes, mas sim tentar ofertar a eles a melhor prática, de forma mais correta e segura. Justamente no ponto da segurança que volto a repetir minha sentença inicial: a capital dos gaúchos não passa pelos seus dias mais saudáveis. Correr nas ruas da cidade vem ficando cada dia mais perigoso, visto que o asfalto apresenta irregularidades frequentes em praticamente todas as vias que levam aos maiores parques da cidade.

Nesse sentido, alguns estudos foram conduzidos por cientistas brasileiros visando comparar a incidência de lesões em corredores de rua. Quais as prevalências destas e motivos.

Em 11,8 % dos casos, os atletas que possuíam lesões – as apresentavam no tornozelo. Bem como em 12,1% dos casos foram referidos quadros de fascite plantar. Ao serem indagados, os mesmos alegavam a irregularidade do piso como sendo um fator a ser considerado para estas lesões.

Percebe-se que além de todas as questões associadas a segurança pessoal, o ato de correr em ruas pode ser considerado um risco para a saúde do sujeito. Perceba você, cidadão que pretende fazer a sua prática de esportes correndo pelas ruas da cidade que, ao invés de atingir o seu pretendido benefício com ganho de saúde, melhora na capacidade cardiovascular, redução na prevalência de doenças associadas ao sedentarismo, você pode estar se colocando em risco.

Considerando que ainda nos restam os parques e praças, tenho buscado conduzir meus trabalhos com meus clientes dentro dos parques e praças. Parques que quando em parceria com a iniciativa privada apresentam melhor iluminação e cuidados, mas que na sua grande maioria espalhada pela cidade estão com grama alta, baixa frequência na limpeza e manutenção.

Tenho certeza de que existe o senso comum de que a cidade, sendo ocupada por praticantes de exercícios físicos, se torna uma cidade mais segura e mais saudável. Assim como tenho a certeza de que já estivemos em tempos mais saudáveis nessa capital, mas não perco a esperança de ver o espaço urbano desta cidade mais amigável a prática de exercícios físicos.

Bruno Xavier, profissional de Educação Física

 

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

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