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Você viu? Cidades inteligentes foram foco de evento em Porto Alegre

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Carles Llop, idealizador do projeto urbanístico de Barcelona (Foto: Divulgação IMED)

Estudantes, profissionais, acadêmicos e representantes do poder público se reuniram para debater ideias e soluções aplicáveis à cidade no evento “Como transformar cidades brasileiras em Smart Cities?”, organizado pela IMED na tarde desta terça-feira (11) e realizado no Teatro do CIEE. Tecnologia, comunidade, convivência, co-criação e transformação foram alguns dos termos trabalhados nos três painéis do evento.

A tarde começou com a explanação de Renato de Castro. Especialista em Smart Cities, é membro do conselho e Consultor Sênior na Baumann Consultancy Network, organização que desenvolve projetos de cidades inteligentes e estratégias de internacionalização. Com o painel “Futuro inteligente e indefinido: quatro previsões disruptivas que irão te surpreender”, Renato defendeu que não são as cidades, mas, sim, as pessoas que estão ficando mais inteligentes. Apresentando tendências para o futuro, ressalta que a co-criação pode ser a solução em muitas realidades, principalmente em locais onde os recursos financeiros sejam escassos. Parcerias que envolvam o público, o privado e as pessoas – em sua releitura dos 4Ps tradicionais do marketing –, ressalta a importância de se envolver todos os stakeholders a fim de que possam, juntos, conversar, pensar e definir projetos de interesse coletivo.

O espanhol Carles Llop se manifestou sobre a relação dos projetos de arquitetura e urbanismo e a comunidade em que estão inseridos. Na palestra “Cidade inteligente, urbanismo inteligente?”, o doutor pela Escola Superior de Arquitetura de Barcelona (ETSAB), membro do Centro Internacional de Paisagens Culturais de Ferrara (Itália) e idealizador do projeto urbanístico de Barcelona, destacou que as ações e projetos não devem ter como pressuposto unificar cenários e hábitos e sim desenvolver uma coexistência entre as partes. O arquiteto ressaltou que o conceito de cidades inteligentes não se trata de uma revolução, porém da realidade, o modo como a vemos e percebemos, e a possibilidade de recriá-la.  “De que adianta ter dados se não sabemos interpretá-los e aproveitá-los? Ser smart é observar o entorno, otimizar e aproveita aquilo que temos para o nosso bem e da comunidade”, reforça Carles.

O comunicador social, consultor e palestrante em gestão pública e cultura Jorge Melguizo trouxe o exemplo pelo qual passou Medellín. Por muito tempo conhecida por termos como violência e narcotráfico, a cidade passou por um processo de mudança que se iniciou na década de 1990. “Medellín, da transformação de uma cidade à transformação de uma sociedade”, contextualizou o processo de reurbanização das zonas mais pobres da cidade. Melguizo, que à época da iniciativa era secretário de Cultura do município, mostrou que os projetos de arquitetura e urbanismo não deveriam ser – e neste caso não foram – o fim do projeto, e sim o meio pelo qual se desenvolveriam projetos de inclusão social. Por meio de bibliotecas públicas e espaços compartilhados – com laboratórios de informática, espaço para esportes e convivência, foi possível resgatar a dignidade daquelas comunidades onde os equipamentos culturais foram instalados.

Além disso, foram identificadas necessidades daquela região, que iam desde uma oferta diferenciada de transporte à um sistema de iluminação mais eficaz. O jornalista colombiano ressalta que medidas como estas devem fazer parte de projetos urbanos integrados, nos quais todas as partes e esferas governamentais articulam e trabalham juntas por objetivos comuns. O projeto de transformação urbana de Medellín recebeu em 2016 o mais importante prêmio internacional de urbanismo e desenvolvimento, o Lee Kuan Yew World City Prize. O reconhecimento coroa os esforços feitos por aqueles que acreditavam no potencial da cidade e da comunidade. “Não somos modelo, nos convertemos em laboratório. Hoje Medellín é referência”, explica Melguizo. O comunicador ressalta ainda que a chave para o sucesso é: trabalhar por uma maior equidade e inclusão social, proporcionar condições de cultura cidadã para a convivência e o reconhecimento das diversidades culturais a fim de que possam gerar melhores condições de qualidade de vida às pessoas impactadas.

Ao final do evento, os palestrantes participaram de uma mesa-redonda com o presidente do Instituto de Arquitetos do Brasil – departamentos do Rio Grande do Sul (IAB/RS), Rafael Pavan, e o presidente da Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura (ASBEA/RS), Paulo Rodrigues. Mediada pelo coordenador da pós-graduação em Arquitetura da IMED Porto Alegre, Mauricio Torres, a conversa contou com questionamentos do público.

Indagado se no Brasil já existem movimentos para tornar as cidades inteligentes, Renato de Castro responde que sim. “O conceito de Smart Cities é individual e pode variar de pessoa para pessoa – principalmente entre uma pessoa que está inserida no processo e outra que o vê de fora. Podemos ter a percepção de que no Brasil não existe este movimento, mas está, sim, acontecendo”, afirma o profissional. Ressalta ainda que a cidade inteligente não é o desenvolvimento de uma nova cidade, e sim a melhoria da cidade, sem perder suas características. “Não existe receita; há ideias que podem ser aproveitadas e adaptadas”, define o arquiteto.

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https://www.osul.com.br/cidades-inteligentes-foram-foco-de-evento-em-porto-alegre/ Cidades inteligentes foram foco de evento em Porto Alegre 2017-04-13
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