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Saúde Cientistas duvidam da existência de pessoas obesas saudáveis

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Estudo indica que a obesidade é capaz de “anular” os benefícios dos exercícios. (Foto: Reprodução)

Uma pergunta que a ciência ainda está penando para responder: é possível ser “fitness” (estar em boa forma) e gordo ao mesmo tempo?

A resposta óbvia seria que é melhor um obeso fazer atividade física a ser completamente sedentário. Mas a ciência não tem mais tanta certeza. Um novo estudo, divulgado na publicação científica International Journal of Epidemiology (assim como outros anteriores), indica que a obesidade é capaz de “anular” os benefícios dos exercícios.

Em outras palavras: se um indivíduo é obeso, só a prática de exercícios não é garantia de uma vida mais longeva e melhor, ou seja, com menos doenças.

Cientistas suecos da Universidade de Umea acompanharam 1,3 milhão de homens jovens no país e, ao analisar os dados de acordo com os fatores obesidade e prática de exercício físico, constataram que quem era magro e sedentário tinha risco de morrer (por qualquer causa) 30% menor do que aqueles que eram obesos, mas estariam supostamente “em forma”.

O resultado seria o suficiente para decretar a supremacia da magreza – você não precisa se mexer, mas não pode ser gordo –, porém, não significa necessariamente que é melhor ser um gordinho sedentário a encarar exercícios.

Luta.

O problema é que algumas pessoas continuarão acima do peso mesmo com a prática regular de exercícios físicos. Esse é o caso do lutador de jiu-jítsu Luiz Rossini, 42.

Desde 2003, ele luta na categoria pesadíssimo – para atletas acima de 100 quilos. Atualmente, ele está com 140 quilos, espalhados em seus 1,83 metro de altura. Seu IMC (índice de massa corporal) atual é de 41,8, o equivalente a obesidade mórbida. No entanto, ele treina cinco vezes por semana e já acumulou mais de 250 medalhas em campeonatos.

“A gente não tem o padrão físico que a sociedade considera certo, mas eu tenho uma saúde muito melhor que a dos magrinhos”, avalia.

O problema do alto peso, diz Rossini, é o excesso de desgaste nos joelhos e também um desconforto na hora da corrida. “Corro menos porque carrego mais peso.”

Segundo ele, a tática é fazer o corpo se acostumar a trabalhar com a massa e conhecer os próprios limites. Ele afirma que faz check-ups anualmente para garantir que tudo está em ordem.
Para a sorte de Rossini e de outros atletas gordinhos, está claro na literatura médica que, independentemente do peso, a prática regular de exercícios é benéfica. Morre-se menos de doenças cardiovasculares e de câncer, por exemplo.

E há outros ganhos: “As pessoas acabam descobrindo a qualidade de vida. Mesmo sem emagrecer, há melhora no condicionamento cardiovascular, na força e na flexibilidade”, diz o personal trainer Cássio Adriano Pereira. “Fica mais fácil ir para o trabalho, realizar atividades de lazer e até fazer uma viagem.”

O diretor técnico de uma rede de academias, Eduardo Netto, relata que existem clientes que começam a se exercitar mesmo sem pensar no peso.

Caso seja esse o objetivo, o exercício realmente vai ajudar pouco. “Fizemos um estudo no qual um grupo de voluntários treinava de fato e o outro apenas recebia orientação para ter uma vida mais ativa. Vimos que o exercício sistemático não contribui em nada para a redução da obesidade”, diz o endocrinologista e professor da Ufrgs Rogério Friedman.

Para o médico, é importante “não dar uma ênfase muito grande ao exercício como solução para a obesidade”. O jeito, para quem quer emagrecer, é “cuidar do que come”.
Na opinião de Netto, a chave para ser um gordinho saudável é tentar gastar mais energia, “não só com a prática de exercício regular, mas passear com cachorro, estacionar o carro longe do destino, usar escadas e evitar o controle remoto”.

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https://www.osul.com.br/cientistas-duvidam-da-existencia-de-pessoas-obesas-saudaveis/ Cientistas duvidam da existência de pessoas obesas saudáveis 2016-02-13
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