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Saúde Cientistas identificam mecanismo que leva o estresse a provocar problemas no coração

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Situações do mundo moderno levam algumas pessoas a um estado de estresse crônico que pode refletir na saúde (foto: reprodução).

Parte de um sistema que foi fundamental para a sobrevivência humana em tempos imemoriais, o estresse é hoje um dos principais males a atingir a Humanidade. Sofrendo com o constante medo de perder o emprego, da violência, da frustração amorosa, da morte de entes queridos e outras situações com profundos efeitos psicológicos negativos, bilhões de pessoas ao redor do planeta vivem em um estado crônico de tensão que já foi relacionado a um maior risco de desenvolver diversas doenças, como o câncer e problemas cardiovasculares.

Mas apesar dessa associação ser conhecida há muito tempo, os mecanismos pelos quais o estresse crônico eleva essas chances ainda são pouco compreendidos. Agora, porém, um estudo identificou, pela primeira vez, uma ligação direta entre a atividade em uma região do cérebro responsável pelas nossas reações emocionais e processos corporais que provocam inflamação e endurecimento dos vasos sanguíneos, o que, por sua vez, levam a episódios como infartos e derrames.

Segundo os cientistas, o caminho pelo qual o estresse aumenta o risco de doenças cardiovasculares começa pelas amídalas cerebrais – não confundir com as estruturas também chamadas amídalas, ou tonsilas palatinas, localizadas na garganta. Eles descobriram que, constantemente estimuladas por situações de tensão, as amídalas cerebrais ativam a produção de células sanguíneas relacionadas a respostas inflamatórias pela medula óssea, o que acaba por afetar a saúde das artérias do coração e outras partes do corpo.

“Embora a ligação entre o estresse e as doenças do coração tenha sido estabelecida há muito tempo, o mecanismo que media esse risco nunca foi claramente entendido”, lembra Ahmed Tawakol, principal autor de artigo sobre o estudo, publicado no prestigioso periódico científico médico “Lancet”.

Estudos com animais haviam demonstrado que o estresse ativa a produção de células brancas pela medula óssea, levando à inflamação arterial, e este estudo sugere que uma via biológica análoga também existe em humanos. Além disso, o estudo identificou pela primeira vez, seja em animais ou em humanos, a região do cérebro que liga o estresse aos riscos de ataques cardíacos e derrames.

No estudo, os pesquisadores fizeram dois levantamentos complementares. No primeiro, analisaram dados e prontuários médicos de quase 300 indivíduos que se submeteram a exames de imagem usando um radiofármaco que permite medir tanto a atividade de regiões do cérebro quanto o estado de inflamação nas artérias. Na época dos exames, nenhum deles tinha qualquer indício de problemas cardiovasculares, e todos voltaram a se consultar com médicos pelo menos três vezes nos dois a cinco anos seguintes.

Neste período, 22 deles sofreram algum evento cardiovascular, como infarto, derrame ou angina, e todos eles também estavam justamente entre os que apresentavam maior atividade das amídalas nos exames iniciais, numa relação que se manteve mesmo depois que os cientistas introduziram outros fatores de risco na análise, como tabagismo e sedentarismo. Já no segundo levantamento, os pesquisadores examinaram 13 voluntários com histórico de estresse pós-traumático com o mesmo radiofármaco, verificando que o nível de atividade das amídalas de fato se traduzia em uma maior inflamação das artérias.

Segundo o cardiologista Claudio Domênico, os resultados do estudo reforçam a importância do controle do estresse na prevenção de doenças cardíacas. Ele lembra, por exemplo, que, desde 2011, a Sociedade Brasileira de Cardiologia recomenda o uso de técnicas de respiração lenta que reduzem os níveis de tensão emocional, como meditação, ioga e tai chi chuan, entre as estratégias não-farmacológicas para reduzir o risco destas doenças, ao lado, por exemplo, de melhorias na dieta e prática de exercícios. “Não há separação de mente e corpo.” (AG)

tags: Saúde

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https://www.osul.com.br/cientistas-identificam-mecanismo-que-leva-o-estresse-a-provocar-problemas-no-coracao/ Cientistas identificam mecanismo que leva o estresse a provocar problemas no coração 2017-01-16
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