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Por Redação O Sul | 1 de maio de 2017
O presidente norte-americano Donald Trump, que prometeu ser duro face ao terrorismo, especialmente o do Estado Islâmico, criou uma pequena tempestade nos meios acadêmicos com suas posições extremadas.
Ironicamente, a eleição de Trump coincidiu com um artigo publicado na revista “Science”, em que quatro especialistas de diferentes áreas propõem uma estratégia para a pesquisa do terrorismo, com ênfase na cooperação governo-academia.
O artigo foi escrito por Scott Atran e Robert Axelrod, ambos da Universidade de Michigan, Baruch Fischhoff da Universidade Carnegie Mellon e Richard Davis, ex-assessor da Casa Branca, hoje na Universidade de Oxford. “Aspectos fundamentais do terrorismo permanecem obscuros: o que identifica os terroristas antes de agirem; como se radicalizam; o que motiva sua violência; quando agem; que contra-medidas são mais eficazes?”, perguntam os pesquisadores.
Eles defendem uma pesquisa de campo teoricamente informada, que inclua todas as disciplinas e seja vinculada à formulação de políticas estatais – com cuidado para preservar a independência acadêmica dos investigadores. “Um progresso melhor para informar e testar hipóteses é possível usando dados de campo, coletados de forma cientificamente confiável de terroristas, seus apoiadores e nas populações em que vivem”, dizem Atran e colegas.
No deserto de dados sobre como funcionam os grupos terroristas há espaço de sobra para elucubrações. De modo simplista, dizem os autores, muitos acreditam que a radicalização pode surgir da pobreza, falta de educação, marginalização, ocupação militar estrangeira e fervor religioso.