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Mundo Cientistas usam a inteligência artificial para colocar as palavras na boca de alguém

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Pesquisa criou vídeo falso de Obama. (Foto: Reprodução)

A expressão “Não coloque palavras na minha boca” vai passar a ir além da metáfora. Um trio de cientistas da Universidade de Washington desenvolveu uma tecnologia que cria uma imagem que tenha a cara do sujeito, se expresse como ele, fale como ele, mas seja totalmente falsa.

Os resultados da pesquisa serão apresentados na conferência de novas tecnologias Siggraph 2017, em agosto. Antes de nascer, a tecnologia já atrai o interesse de empresas. Recebeu patrocínio de Samsung, Google, Facebook, Intel e o estúdio UW Animation Research Labs.

O estudo foi realizado com a ajuda de Ira Kemelmacher-Shlizerman e Steve Seitz, professores da Escola de Ciência da Computação e Engenharia da Universidade de Washington, e liderado por Supasorn Suwajanakorn, ex-aluno.

O trio criou um algoritmo que aprende nuances de expressões faciais de alguém a partir de vídeos na internet. Para o trabalho, Barack Obama foi o escolhido, devido à grande quantidade de conteúdo online espalhado sobre o ex-presidente dos EUA.

Eles fizeram o seguinte:

  • Os cientistas criaram uma “rede neural artificial”. Seus componentes são associados a neurônios artificiais
  • Depois de alimentados com dados, trabalham juntos para resolver problemas. O processo é similar ao do cérebro humano. Dependendo da complicação, os componentes da rede se rearranjam para fazer novas conexões e tentar chegar a uma solução
  • Eles treinam o sistema para processar vídeos e aprender como Obama se comporta
  • O sistema aprende a associar sons com os movimentos produzidos pela boca
  • A partir daí, a rede fica apta a fazer Obama dizer coisas diferentes do que o vídeo original

Descomplicando o processo

“Esse tipo de resultado nunca foi mostrado antes”, afirmou Ira. Até então, as conversões de áudio para vídeo passavam por um processo complicado: voluntários eram filmados em um estúdio dizendo as mesmas frases; a partir daí, um sistema capturava como um determinado som se relaciona com diferentes formatos de boca.

Por enquanto, Obama é o único com palavras estudadas pelo sistema. No futuro, o algoritmo será aprimorado para reconhecer a voz de uma pessoa e compreender trejeitos de expressão a partir de menos dados. Foram 14 horas de vídeo de Obama para chegar ao resultado final.

Ira diz ainda que a tecnologia de colocar palavras na boca de alguém pode ser usada em serviços de comunicação multimídia.

Notícias falsas

Se já é difícil distinguir a verdade da mentira no ambiente virtual, a tecnologia criada pelo trio não seria uma arma na mão de pessoas mal intencionadas? Os autores do projeto dizem que não.

Suwajanakorn afastou a hipótese de a tecnologia ser usada para criar vídeos de “fake news”, em que as pessoas “dizem” coisas que nunca falaram. “Não dá para criar vídeos totalmente falsos, já que nós usamos apenas áudios existentes.”

Seitz vai na mesma linha. “Você não pode simplesmente pegar a voz de alguém e incluí-la em um vídeo do Obama”, diz. (AG)

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https://www.osul.com.br/cientistas-usam-inteligencia-artificial-para-colocar-as-palavras-na-boca-de-alguem/ Cientistas usam a inteligência artificial para colocar as palavras na boca de alguém 2017-07-27
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