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| Cinco anos depois, o que aconteceu com as reivindicações dos protestos que pararam o Brasil em junho de 2013?

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Apesar do apoio à operação, 47% avaliam que corrupção continuará na proporção de sempre. (Foto: Reprodução)

Cinco anos depois dos protestos que pararam o Brasil, muitas das pautas que levaram milhares de pessoas às ruas ainda não foram atendidas. Inicialmente uma série de manifestações contra o aumento das tarifas do transporte público, a mobilização foi adquirindo uma pauta diversa conforme foi ganhando corpo. E revelou uma insatisfação com a classe política que não arrefeceria – pelo contrário, evoluiria até se tornar personagem central das eleições presidenciais deste ano.

Há quem considere junho de 2013 um mês que não terminou, e que dialoga diretamente com a crise econômica e política vivida hoje pelo país, além de ter dado vazão aos anseios de uma população que continua querendo serviços públicos melhores e o fim da corrupção. Mas afinal, dentre os principais itens da difusa lista de desejos dos manifestantes, quais foram atendidos? E quais acabaram deixados para trás?

Tarifa do transporte

No dia 6 de junho de 2013, o MPL (Movimento Passe Livre) se mobilizava contra o aumento das tarifas de ônibus, metrô e trens em São Paulo, repetindo manifestações que já haviam sido bem-sucedidas em cidades como Florianópolis e Salvador. No dia seguinte, voltaram às ruas.

Fizeram ainda outros dois atos cada vez maiores. No dia 11 de junho, ônibus e agências bancárias foram depredadas por personagens novos, os black blocs. No dia 13, houve enfrentamento, e a Polícia Militar disparou bombas de gás e balas de borracha, deixando manifestantes e jornalistas feridos.

A revolta com a reação policial deu o fôlego que os protestos precisavam para ganhar o país, ao mesmo tempo em que levou à pulverização das reivindicações. “Não é pelos 20 centavos”, diziam os cartazes em referência ao valor do aumento da passagem em São Paulo, que à época subiria para R$ 3,20.

A reivindicação que deu origem a todo o processo inicialmente surtiu efeito, lembra o professor Cesar Jimenez-Martinez, da Universidade Brunel, na Inglaterra, que transformou as jornadas de junho de 2013, o papel da mídia e o impacto para a imagem do Brasil em tese de doutorado pela universidade britânica London School of Economics (LSE).

Rio de Janeiro e São Paulo, já no dia 19 de junho, foram as primeiras cidades a congelar o preço das passagens. Um aumento ainda superior, porém, ocorreria no início do ano seguinte em São Paulo, quando passou a custar R$ 3,50. Em 2015, pularia para R$ 3,80 e, no inicio deste ano, para R$ 4.

Manifestações posteriores contra os reajustes jamais conseguiram repetir a adesão de 2013. Sofia Salles, militante do MPL, pondera, contudo, que a inclusão, em 2015, do transporte como direito social na Constituição e a criação do passe livre para estudantes em São Paulo durante a gestão de Fernando Haddad – benefício extinto por seusucessor, João Dória – foram resultado da luta em 2013.

O então congelamento das tarifas em 2013 não foi, porém, suficiente para dar fim aos os protestos, que naquele momento já tinham ganhado outras motivações.

Investimento em saúde

“Desculpe o transtorno, estamos mudando o Brasil”, diziam cartazes que podiam ser avistados em diferentes cidades. Não foram poucas as comparações entre os investimentos então sendo feitos em estádios para a Copa com a situação da saúde do país.

Pressionados, o governo Dilma Rousseff e o Congresso tentaram responder às demandas. A presidente fez um pronunciamento na TV prometendo e trazer mais médicos do exterior para melhorar o SUS (Sistema Único de Saúde), principalmente no interior do país. O resultado foi o programa “Mais Médicos”, que teve como resultado a atração de profissionais cubanos ao Brasil, gerando críticas da classe médica.

Meses depois, o Congresso aprovaria e a petista sancionaria um projeto de lei destinando percentuais do pré-sal para a saúde e a educação. No fim de 2016, diante da grave crise econômica, o governo Michel Temer anunciou a criação de um teto de gastos para o governo federal, o que para muitos acabou limitando o avanço do investimento nessas áreas. E mais recentemente, retirou alguns recursos dessas pastas para atender à reivindicação do caminhoneiros por diesel mais barato na recente greve que parou o país.

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https://www.osul.com.br/cinco-anos-depois-o-que-aconteceu-com-as-reivindicacoes-dos-protestos-que-pararam-o-brasil-em-junho-de-2013/ Cinco anos depois, o que aconteceu com as reivindicações dos protestos que pararam o Brasil em junho de 2013? 2018-06-09
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