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Por Redação O Sul | 23 de maio de 2017
As citações do empresário Joesley Batista, sócio da holding J&F, sobre o suposto pagamento de propina a petistas como o ex-ministro Guido Mantega e os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, enfraquecem o discurso crítico do PT contra o presidente Michel Temer, também alvo da delação do empresário.
Lula e Dilma aparecem na delação de Joesley como supostos beneficiários dos recursos ilícitos. Segundo o empresário, foram abertas contas no exterior que chegaram a ter US$ 150 milhões e eram de conhecimento dos dois ex-presidentes. Joesley afirmou que a conta para Lula foi aberta em 2009 e a que beneficiaria Dilma, em 2010 e o saldo das duas contas foi zerado em 2014, na campanha de reeleição da ex-presidente. Os recursos teriam sido usados para financiar a campanha de aliados.
Em seu depoimento, Joesley diz que Dilma “sabia perfeitamente” que o dinheiro dessas contas tinha relação com o BNDES. O empresário disse ter escriturado conta em uma offshore no exterior depois que o BNDES fez um aporte de US$ 2 bilhões do banco na JBS. Oficialmente, a aquisição de debêntures da JBS convertidas em ações, no valor de R$ 2 bilhões, teria sido feita pelo banco para apoiar o plano de expansão da empresa. Joesley disse ainda ter negociado pessoalmente com Mantega a abertura das contas correntes no exterior para serem abastecidas com propina aos ex-presidentes.
As negociações teriam passado também pelo impeachment de Dilma. Joesley contou que recebeu um pedido do deputado João Carlos Bacelar (PR-BA) para “comprar” deputados que votassem contra o afastamento dela, ao custo de R$ 5 milhões cada voto. O dono da JBS autorizou que fossem comprados no máximo cinco parlamentares a um preço de R$ 3 milhões cada. Da dívida de R$ 15 milhões, disse ter pago R$ 3,5 milhões e afirmou que não se lembrava do nome dos parlamentares.