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Por Redação O Sul | 29 de maio de 2017
Apontado como “líder e principal articulador do bando criminoso” (nas palavras do juiz federal Marcos Josegrei da Silva) investigado pela Operação Carne Fraca, da PF (Polícia Federal), o ex-superintendente regional do Ministério da Agricultura no Paraná, Daniel Gonçalves Filho, tem sua delação premiada ao MPF (Ministério Público Federal) perto de ser concluída. Faltam poucas reuniões para que ele termine de prestar informações e o pacote seja submetido à homologação.
O ex-ministro da Justiça, Osmar Serraglio (PMDB-PR), que em conversa telefônica grampeada pela força-tarefa se refere a Gonçalves como “grande chefe”, é um dos alvos da delação. Por conta do foro privilegiado do político (mesmo que não assuma o Ministério da Transparência e Controle, ele é deputado federal pelo PMDB-PR), a colaboração deverá requerer a participação da PGR (Procuradoria-Geral da República) e do STF (Supremo Tribunal Federal).
Nomeado pelo presidente Michel Temer para o comando do Ministério da Transparência, Fiscalização e CGU (Controladoria-Geral da União), Serraglio foi citado e flagrado em grampo da Operação, que apura um esquema de pagamento de propinas envolvendo frigoríficos e fiscais da pasta da Agricultura. À frente da CGU, uma das principais atribuições de Serraglio será o combate à corrupção na administração pública federal.
Gonçalves comandou o Mapa no Paraná entre 2007 e 2014 e de junho de 2015 a abril de 2016. No fim do mês passado, foi acusado pelo MPF de crimes como organização criminosa, corrupção passiva privilegiada, prevaricação (agir contra sua função para para satisfazer interesse pessoal), concussão (exigir vantagem indevida) e violação de sigilo profissional.