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Mundo Com a implosão do submarino argentino, a morte dos tripulantes teria sido instantânea, diz especialista

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A Marinha Argentina divulgou imagens de partes do submarino. (Foto: Armada Argentina)

Autoridades argentinas confirmaram que o submarino ARA San Juan sofreu uma implosão com a pressão que é causada quando o submarino ultrapassa o seu limite de profundidade, que era de 300 metros.E ainda que a embarcação tenha sumido com um suprimento de oxigênio que manteria a tripulação viva por até sete dias, a implosão teria provocado a morte quase instantânea dos 44 tripulantes que estavam a bordo.

O submarino foi encontrado na madrugada de sábado (17) depois de um ano desaparecido no oceano Atlântico.

Segundo o professor do Departamento de Engenharia Naval e Oceânica da Escola Politécnica da USP, Gustavo Roque da Silva Assi, uma implosão seria muito violenta para aqueles que estivessem dentro de um submarino.

“Esse é um fenômeno violentíssimo para quem está dentro de uma câmara dessa. O corpo humano não suportaria essa pressão de mais de 300 metros de coluna d’água. Os pulmões não dão conta, nem a pressão sanguínea. Eu diria que eles morreram instantaneamente, em poucos segundos. A pressão dentro do submarino seria tão alta que eles morreriam imediatamente”, afirma.

De acordo com Gustavo Assi, seria mais ou menos como se uma lata de refrigerante fosse amassada de fora para dentro.

“Esse submarino não era feito para descer grandes profundidades, e o limite dele era de cerca de 300 metros”, diz. “Se ele perdeu o controle dos tanques de lastro, como imaginamos que aconteceu, acabou afundando e passando desse limite, implodindo por causa da pressão externa exercida pela água sobre o casco. Chega um limite em que o casco não aguenta, e, então, ele se rompe.”

O submarino é projetado para suportar uma certa pressão de acordo com suas características, como o diâmetro da embarcação, a espessura das paredes e do tipo de aço do qual é feito. Se passar da pressão determinada pelo projeto, não suportará a pressão de fora para dentro.

O professor explica ainda que este tipo de embarcação tem uma margem de segurança que impede que uma implosão ocorra aos 301 metros de profundidade, por exemplo. “Essa margem seria algo em torno de 10% a 20% do limite. Mas ele não suportaria descer até os 900 metros, por exemplo, que é a profundidade em que ele foi encontrado. Isso é quase três vezes mais do que o limite do ARA San Juan”, diz Assi.

“Seria uma morte drástica e abrupta, mas rápida e sem sofrimento. Se podemos pensar que há algum alívio para as famílias, é saber que foi algo praticamente instantâneo, já que o corpo humano não suporta pressões dessa altura”, diz. Portanto, o tempo levado para encontrar a embarcação não teve influência direta na morte da tripulação.

Como explica Assi, a chance de sobrevivência em uma implosão é nula. “Uma pessoa aguentaria nadar até, no máximo, uma profundidade de 50m. Mais profundo do que isso, o corpo não suportaria uma mudança de pressão tão brusca”.

E como o casco ainda está inteiro? O professor da USP diz que, em uma implosão, o casco não se romperia completamente. “Ele rompe em uma parte, provavelmente próximo do centro. A água entraria violentamente no submarino, mas isso equalizaria a pressão dentro e fora da embarcação, fazendo com que ela pare de colapsar. Uma vez que a estrutura já falhou, como se tivesse aberto um buraco, por exemplo, o submarino afundaria rapidamente”, explica.

O momento da implosão provoca um ruído muito forte –que foi captado por microfones espalhados nos oceanos na época do desaparecimento.

Gustavo Assi afirma ainda que é difícil saber em qual profundidade teria ocorrido a implosão. Mas, segundo ele, como a embarcação chegou ao fundo do oceano possivelmente com os mesmos danos provocados pela implosão, com o casco inteiro, é provável que o fenômeno tenha ocorrido entre 300 e 400 metros de profundidade.

Antes de desaparecer dos radares, o submarino reportou uma falha nas baterias, um curto-circuito seguido de um princípio de incêndio causado pela infiltração de água por meio do snorkel, um dispositivo que permite a entrada de ar da superfície quando ele está submerso. Acredita-se que a implosão ocorreu duas horas após o último contato do submarino, em 15 de novembro de 2017.

Este tipo de submarino, considerado pequeno, não tem qualquer sistema de cápsula de proteção da tripulação, como no caso de um alagamento, por exemplo. As buscas foram iniciadas 48 horas depois do último contato.

O ARA San Juan navegava de Ushuaia, no extremo sul da Argentina, rumo ao seu posto na base naval de Mar del Plata, 400 km ao sul de Buenos Aires. Quando desapareceu, tinha reservas de oxigênio suficientes para sete dias sem subir à superfície.

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