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Por Redação O Sul | 7 de junho de 2017
Com mais de 40 anos na política, Henrique Eduardo Alves, preso na manhã da última terça-feira (6) em uma operação subsidiária à Lava-Jato, foi deputado federal por 11 mandatos consecutivos. Eleito pela primeira vez aos 22 anos pelo então MDB, Henriquinho, como é conhecido, jamais deixou o partido. E ao longo de sua carreira, foi se consolidando no núcleo duro do PMDB na Câmara, espaço que dividiu com o presidente Michel Temer e os ex-deputados Eduardo Cunha, Geddel Vieira Lima e Eliseu Padilha.
A proximidade com Temer era explícita. Foi o atual presidente que conseguiu, junto à então presidente Dilma Rousseff, que ele assumisse o comando do Ministério do Turismo, depois de ter ficado sem mandato. A petista resistia à indicação de seu vice e cozinhou Henrique durante meses, mas acabou cedendo.
Em 2013, foi eleito presidente da Câmara, tornando-se então o terceiro na linha sucessória da Presidência da República. Antes de terminar o mandato, ele se licenciou para ser candidato ao governo do estado, em 2014, mas foi derrotado.
Henrique Eduardo Alves deixou o governo Dilma quando seu partido rompeu com a petista, já na esteira do processo de impeachment que a tirou do Poder, e retornou ao mesmo cargo quando Temer assumiu o Palácio do Planalto. Sua permanência na nova gestão foi curta. 40 dias após tomar posse, pediu demissão por ter sido citado em delação do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado. Segundo o delator, o então ministro tinha recebido R$ 1,5 milhão em propina. Aliados de Alves no Rio Grande do Norte contam que sua prisão já era esperada. Desta vez, foi a delação da Odebrecht que subsidiou o pedido de prisão contra o potiguar.
O ex-deputado foi alçado à vida política pelo pai, Aluízio Alves, deputado cassado na ditadura. Já na redemocratização, Henrique Eduardo Alves participou, ao lado de Ulysses Guimarães, da Constituinte que elaborou a Constituição.