Quinta-feira, 18 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 18 de abril de 2017
Com o partido fortemente atingido pela lista de Fachin, deputados do PMDB começam a articular a saída da legenda. Pelo menos seis dos 64 integrantes da bancada, a maior da Câmara, admitiram à reportagem que já conversam com outras siglas para onde possam migrar.
Segundo eles, o número de parlamentares que devem deixar o PMDB é maior, pois muitos preferem manter a articulação sob sigilo. O próximo período previsto para mudança partidária sem risco de perder o mandato é em março de 2018, seis meses antes das eleições.
Entre os motivos apresentados estão os efeitos da Operação Lava Jato no eleitorado, reforçado pela lista de inquéritos autorizados pelo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Edson Fachin com base nas delações da Odebrecht, que atingiu oito ministros do governo Michel Temer. Dos 98 investigados da lista, 17 são do PMDB. A legenda só fica atrás do PT, que tem 20 investigados. Peemedebistas que pensam em deixar a legenda citam também a agenda do governo considerada por eles impopular e a falta de uma estratégia política para as eleições de 2018.
O movimento é mais forte na bancada do Rio, a maior dentro do PMDB, com 11 dos 64 deputados. No Estado, algumas da principais lideranças do partido estão presas, como o ex-governador Sérgio Cabral e o deputado cassado Eduardo Cunha. O movimento também atinge as bancadas do Paraná e Minas Gerais.
Deputados articulam a aprovação junto com a reforma política em discussão no Congresso de um amplo período que permita a todos os atuais parlamentares mudarem de partido sem perder o mandato. Pela legislação, o próximo período para mudança partidária é março de 2018, seis meses antes das eleições, e vale para deputados estaduais e federais que disputarão o pleito. A ideia é ampliar a permissão para vereadores.