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Economia Com relações estremecidas, França é o terceiro país que mais investe no Brasil

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Rusgas entre presidentes Macron e Bolsonaro podem prejudicar relações. (Foto: Frederico Mellado/ARG/Fotos Públicas)

As rusgas entre os presidentes do Brasil, Jair Bolsonaro, e da França, Emmanuel Macron, podem colocar em risco um relacionamento de bilhões de dólares entre os dois países. Apenas no primeiro semestre deste ano a França foi responsável por investimentos diretos no setor produtivo brasileiro de R$ 2,4 bilhões, o terceiro país em volume de recursos, atrás de Estados Unidos e Países Baixos. As informações são do jornal Estado de S. Paulo.

Esses valores incluem aportes em que a empresa estrangeira passa a deter mais de 10% do controle de companhias que já estão no Brasil e investimentos na criação de novos negócios. Na quinta-feira, 5, o ministro da Economia, Paulo Guedes, também se envolveu na polêmica, ao reconhecer que Bolsonaro chamou a primeira-dama francesa, Brigitte Macron, de feia e concordou com a afirmação. “A mulher é feia mesmo”, disse. Mais tarde, em comunicado, o ministro pediu desculpas pela fala.

O comércio entre as duas nações envolveu quase US$ 4 bilhões de janeiro a agosto deste ano. A cifra de investimentos produtivos, contabilizada pelo Banco Central, já é quase o dobro do verificado em todo o ano de 2018, quando US$ 1,34 bilhão de aportes vieram da França para o Brasil.

E esses valores podem ser ainda maiores, já que o BC, nos números mais recentes, considera apenas o país investidor imediato – aquele de onde vem o dinheiro antes de entrar no Brasil. Em operações de investimento direto, é bastante comum que os recursos saiam de um país qualquer – no caso, a França – e passe por outros países com vantagens tributárias antes de aportar definitivamente no Brasil.

“Ainda é muito cedo para avaliar as consequências da crise diplomática entre Brasil e França, mas ela pode afetar o investimento”, avalia o economista Davi Simão Silber, especialista em Economia Internacional e professor da USP (Universidade de São Paulo). “Se uma empresa francesa tiver receio de ganhar o rótulo de que desrespeita o meio ambiente, ela pode desistir de vir para o Brasil”, alerta.

Retaliação

O risco de o Brasil perder negócios está ligado a sua imagem no exterior. As críticas contra a atuação do governo no combate aos incêndios na Amazônia acabaram amplificadas por declarações do próprio Bolsonaro.

Em um dos episódios, o presidente postou em rede social comentário considerado desrespeitoso em relação à primeira dama francesa. Em outro episódio, chamou de “esmola” a ajuda de US$ 20 milhões oferecida pelo G-7 (grupo das sete maiores economias do mundo) para combater os incêndios na Amazônia. Em meio às críticas, culpou organizações não governamentais (ONGs) pelo fogo.

Nas últimas semanas, ocorreram protestos em vários países, incluindo a França, e multinacionais começam a ensaiar boicotes a produtos brasileiros. A suíça Nestlé afirmou na semana passada que está revisando a compra de subprodutos de carne e cacau da região amazônica.

A americana VF Corporation, dona das marcas de roupas Timberland e Vans, suspendeu a aquisição de couro do Brasil.

Para piorar, países como França e Irlanda ameaçam votar contra o acordo comercial entre União Europeia e Mercosul. Por trás disso estão, entre outros atores, os produtores agrícolas franceses, que temem a concorrência do agronegócio brasileiro.

“O consumidor lá fora dá muito valor para o meio ambiente. Então, a empresa não pode correr o risco de ter seu produto boicotado”, diz Simão Silber, da USP. Para ele, a postura adotada pelo governo Bolsonaro prejudica a imagem do País no exterior. “Infelizmente, o Brasil está aparecendo, embora não seja, como o grande vilão do meio ambiente do planeta. Quando na verdade o grande vilão é a China”, acrescenta.

Pelo lado brasileiro, o próprio Jair Bolsonaro anunciou que retaliaria os franceses: na semana passada, anunciou, em uma live no Facebook, que não usaria mais caneta BIC pela marca ser da França. A empresa, no entanto, produz 95% do que vende no Brasil no próprio país, gerando 1.000 empregos no país.

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https://www.osul.com.br/com-relacoes-estremecidas-franca-e-o-terceiro-pais-que-mais-investe-no-brasil/ Com relações estremecidas, França é o terceiro país que mais investe no Brasil 2019-09-07
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