Quinta-feira, 28 de março de 2024
Por Redação O Sul | 29 de julho de 2017
As companhias aéreas Iberia, da Espanha, e Air France, da França, cancelaram temporariamente seus voos com destino a Caracas, em meio à tensão gerada pela eleição da Assembleia Constituinte no país, marcada para este domingo (29).
A Iberia informou que cancelou dois voos nos dois sentidos entre Madri e Caracas neste domingo, alegando a “delicada situação” no país que gera “dificuldades operacionais e de segurança”.
A aérea espanhola explicou aos clientes prejudicados pelo cancelamento que oferecerá “a melhor alternativa de viagem em novas datas, a possibilidade de reembolso da passagem ou a recolocação em outras companhias aéreas”.
Os próximos voos da Iberia entre as capitais de Espanha e Venezuela estão marcados para a próxima quarta-feira. A companhia informou que está acompanhando a situação em Caracas e informará aos clientes sobre qualquer mudança no seu programa de voos.
“A companhia tem a melhor vontade e a disposição de retomar as operações na Venezuela. Enquanto isso, a prioridade é preservar a segurança dos passageiros, da tripulação e de todos os funcionários que atuam nos nossos voos”, disse a Iberia na nota.
Atualmente, a empresa mantém três voos semanais entre Madri e Caracas, às quartas e quintas-feiras e aos domingos.
A AirFrance também suspendeu seus voos entre Paris e Caracas de domingo até a próxima terça-feira, pelo mesmo motivo. “Perante a situação atual na capital venezuelana, somos obrigados a suspender os nossos voos de Paris a Caracas do domingo, 30 de julho, à terça-feira, 1º de agosto”, informou a aérea em comunicado.
A empresa informou que deu aos clientes a opção de voltar a reservar sem custos um voo posterior ou cancelar a viagem, o concederá ao passafeiro um vale não reembolsável válido por um ano.
Protestos
A onda de protestos contra Maduro já deixou 113 mortos em quatro meses, segundo o MP do país. Várias pessoas morreram em confrontos entre manifestantes e forças de segurança nos últimos dias.
O protesto desta sexta ocorre um dia após Maduro proibir em todo o país manifestações que atrapalhem a eleição. A coalizão opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD) pediu que os protestos prossigam até domingo, dia da votação, e o governo ameaçou com prisão de cinco a dez anos quem boicotar a ordem do presidente.
A proposta de Maduro de convocar uma Assembleia Constituinte para alterar a Carta Magna aumentou a tensão em um país polarizado e mergulhado em uma profunda crise, com inflação descontrolada e grave escassez de alimentos e remédios.
Maduro, cuja gestão é rejeitada por 80% da população, segundo o instituto de pesquisa Datanálisis, assegura que a Constituinte garantirá a paz e a recuperação econômica.
Ele acusa seus adversários de tentar fazer um golpe de Estado com o apoio dos Estados Unidos e que governo vizinhos da América Latina e da Europa estão sendo submissos ao “Império”. (Efe)