Sexta-feira, 19 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 3 de outubro de 2016
A prosperidade do País no início desta década, com emprego e renda em alta, levou muitas famílias a fazerem financiamentos de longo prazo para a compra de imóveis, carros e motocicletas. Mas, quando a roda girou e jogou a economia para baixo, os brasileiros passaram a atrasar as mensalidades, enfrentando cobranças pesadas das instituições financeiras. Muitos estão perdendo seus investimentos e vendo seus bens retomados por credores. Para orientar os consumidores, nesta reportagem há dicas para evitar a execução de suas dívidas.
Especialistas orientam que o consumidor nunca atrase mais do que três prestações e busque um acordo com o credor se necessário. Quando o apartamento ainda está com a construtora, a melhor saída é propor um distrato, apesar de o valor integral não ser devolvido. Para quem tem financiamento no banco, a recomendação é se antecipar.
Advogados sugerem que o consumidor avalie se não vale vender o bem para quitar a dívida. “As pessoas desconhecem como a lei que prevê a alienação fiduciária é severa. Depois que o banco faz a execução, é muito difícil reverter a situação, e o consumidor perde o imóvel muito rapidamente”, alertou o assessor jurídico Ighor Jacintho.
Financiamento de carros.
No caso de um automóvel, quando o próprio veículo é dado como garantia no financiamento, o chamado leasing – transação com juros ligeiramente menores, em que o carro fica em nome do agente financeiro até a quitação de todas as parcelas –, com apenas um dia de atraso no pagamento o banco ou a financeira já pode retomar o bem. Para isso, a instituição pode entrar com uma ação de busca e apreensão e enviar uma carta registrada ao devedor, com aviso de recebimento, para notificá-lo do procedimento.
O economista Marcelo Anache lembra que é possível pensar em fazer uma portabilidade da dívida (troca do agente financeiro por outro que ofereça melhores condições) se o consumidor conseguir uma taxa de juros mais competitiva (na segunda instituição). (AG)