Sexta-feira, 19 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 16 de julho de 2017
As deputadas e senadoras do Congresso dos Estados Unidos realizaram um protesto na última sexta-feira (14) para reivindicar o direito de vestir roupas com braços descobertos no palácio do Capitólio.
Políticas democratas e republicanas se juntaram para desafiar as regras de vestiário que proíbem aos funcionários, homens ou mulheres, de utilizar roupas sem mangas. O protesto começou após muitas mulheres receberam advertências no Congresso porque suas roupas não eram em conformidade com as regras da instituição.
Foi impedido até para algumas jornalitas de entrar no “lobby”, a área onde a imprensa tem livre acesso aos políticos. Por isso a deputada democrata Jackie Speier decidiu tomar uma atitude, organizou o protesto e publicou em sua conta no Twitter uma foto de um grupo de colegas em frente ao Congresso vestidas com roupas sem mangas. O nome escolhido para a mobilização foi: “sexta-feira sem mangas”.
Thank you to all my colleagues who joined me for #SleevelessFriday — because women have the right to bare arms! pic.twitter.com/PhMEf2v4ZP
— Jackie Speier (@RepSpeier) July 14, 2017
Outra deputada democrata, Chellie Pingree, twittou por sua vez: “É 2017, as mulheres votam, são eleitas e escolhem seu próprio estilo. É hora de atualizar as regras para garantir que sejam alinhadas aos tempos!”
Em uma Washington particularmente abafada, com 36 graus registrados na sexta-feira, a mobilização não passou despercebida. O presidente da Câmara, o republicano Paul Ryan, que tem competência para rever as regras, decidiu intervir, publicando um comunicado em que garante que irá tentar “modernizá-las”.
No Congresso dos EUA há também outras regras de vestiário, como a proibição de utilizar calçados abertos que mostrem os dedos.
Protestos femininos no Senado brasileiro
Cinco senadoras fizeram um protesto que chamou a atenção durante a votação da reforma trabalhista na última semana. Elas ocuparam a Mesa Diretora do Senado e impediram a votação por algumas horas. A manifestação foi liderada pelas senadoras Fátima Bezerra (PT-RN), Gleisi Hoffmann (PT-PR), Vanessa Graziotin (PCdoB-AM), Regina Sousa (PT-PI) e Lídice da Mata (PSB-BA).
A reunião havia sido aberta às 11h em ponto pela senadora Fátima Bezerra (PT-RN) na companhia de outras três senadoras, que se recusaram a deixar a mesa para dar lugar a Eunício. Às 12h07, ele decidiu interromper os trabalhos e, logo depois, cortou a luz do Plenário.
No escuro, as senadoras de oposição continuaram no local. Para o almoço, após às 13h, receberam marmitas de suas assessorias e fizeram a refeição no local. Transmitiam a “ocupação” ao vivo pelas redes sociais. A transmissão pela TV Senado havia sido suspensa. O movimento liderado pelas senadoras gerou repercussão nas redes sociais.
Mulheres contra a reforma. #ReformaTrabalhista pic.twitter.com/zBJdTGafHX
— Rita Lisauskas (@RitaLisauskas) July 11, 2017
A reforma trabalhista inclui pontos que podem prejudicar as mulheres trabalhadoras, como o que diz respeito à relação das grávidas com ambientes de trabalho insalubres. Como é atualmente, gestantes e lactantes são automaticamente afastadas do trabalho em ambiente insalubre em qualquer grau (mínimo, médio e máximo). O projeto aprovado prevê o afastamento automático somente em casos de insalubridade máxima. Nos demais casos, a mulher deverá continuar trabalhando, podendo ser afastadas apenas com recomendação expressa de um “médico de confiança”.