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Ciência Conheça os ambiciosos planos da Agência Espacial Europeia para interceptar um cometa

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A ideia é 'estacionar' sonda em telescópio que ficará a 1,5 milhão de quilômetros da Terra para aguardar a passagem de cometas. (Foto: Reprodução)

A Agência Espacial Europeia (ESA, na sigla em inglês) quer lançar mais uma missão em direção a um cometa. Após o bem-sucedido encontro da sonda Rosetta com o cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko em 2014, as autoridades já escolheram qual será sua nova empreitada, a ser lançada em 2028. Chamado Comet Interceptor, o projeto visa capturar e estudar um cometa que avança em direção ao Sol a partir dos confins do Sistema Solar.

A missão será conduzida a partir do Laboratório de Ciências Espaciais Mullard, no Reino Unido, e coordenada pela equipe de Geraint Jones, professor do centro de pesquisa da University College London (UCL).

A ideia é usar uma sonda três em um, formada por uma nave mãe e duas naves menores, que se separariam perto do cometa para realizar estudos diferentes, mas complementares.

O custo estimado para a ESA é de aproximadamente 150 milhões de euros – e, como é habitual, cada país membro vai fornecer a instrumentação e pagar a conta.

Agora, o projeto será submetido a um estudo de viabilidade com a indústria antes de o comitê voltar a se reunir formalmente para encampar a missão formalmente.

A intenção é lançar a sonda no mesmo foguete que o telescópio espacial da missão Ariel, da ESA, no fim da próxima década. O observatório não vai utilizar a capacidade total do veículo de lançamento – sendo assim, há uma sobra de massa e volume, disponíveis para fazer algo adicional.

É o destino de Ariel que faz do Interceptor uma possibilidade atraente.

O telescópio deve ser posicionado em um “ponto gravitacional ideal” a cerca de 1,5 milhão de quilômetros da Terra. É a posição ideal para estudar estrelas distantes e seus planetas – mas também representa uma “garagem” de resposta rápida para qualquer nova missão que esteja buscando uma janela de oportunidade.

Os tipos de cometa que são alvo do Interceptor tendem a dar pouco “aviso prévio” da sua chegada ao Sistema Solar interno – talvez apenas de alguns meses.

Ou seja, não há tempo suficiente para planejar, construir e lançar uma espaçonave. Você precisa já estar posicionado lá, esperando a oportunidade.

É isso que o Interceptor pretende fazer – ficar posicionado no local ideal, monitorando pesquisas do céu para encontrar o alvo adequado. Quando esse objeto for identificado, a sonda partirá para encontrá-lo.

O encontro será muito diferente do protagonizado pela Rosetta com o 67P. O Interceptor não orbitará o cometa, apenas passará por ele – com sorte, não muito rápido.

Tampouco o Interceptor tentará repetir o pouso de Philae, o pequeno robô da sonda Rosetta.

Em vez disso, será função das naves menores ver se conseguem se aproximar um pouco mais do cometa do que a nave-mãe para adquirir informações mais detalhadas.

“A espaçonave principal tem a propulsão, a antena de alto ganho para falar com a Terra, e alguma instrumentação nela. Ela passa relativamente longe do cometa, cerca de 1.000 km mais ou menos acima do núcleo do objeto. Então nós enviamos duas sondas menores que chegam mais perto e fazem as observações de alto risco e alta recompensa “, afirmou Colin Snodgrass, da Universidade de Edimburgo, na Escócia, à BBC News.

Os cometas encontrados até agora de forma ativa por sondas espaciais têm sido os periódicos – aqueles que vêm e vão de tempos em tempos como parte de sua jornada ao redor do Sol e têm sua órbita influenciada pela força gravitacional dos planetas.

E como eles se aproximaram da nossa estrela em várias ocasiões, foram quimicamente alterados pelo calor, pelo bombardeamento de partículas e até mesmo por numerosos impactos com outros corpos celestes.

Em contrapartida, os cometas provenientes da chamada Nuvem de Oort – uma nuvem de corpos gelados que reside a centenas de bilhões de quilômetros do Sol – são impecáveis. E ver um destes de perto deve oferecer aos cientistas perspectivas completamente novas das condições que existiam no início do Sistema Solar e, potencialmente, em uma época ainda mais remota.

O risco para o Interceptor é que a sonda pode ficar estacionada por um bom tempo. O cometa da Nuvem de Oort vai precisar ter uma trajetória específica para ser acessível à missão. Uma boa amostra de candidatos estará inevitavelmente fora do alcance do sistema de propulsão da sonda.

Pelo lado positivo, novos observatórios baseados na Terra, como o Telescópio de Grande Observação Sinóptica (LSST, na sigla em inglês), serão ativados em breve. Esses estariam capacitados para detectar muito mais corpos celestes cruzando o céu.

“Sim, há o risco de acabarmos sentados lá, sem encontrar nada realmente conveniente”, admite Mark McCaughrean, consultor da ESA para ciência e exploração.

“Mas no final você direcionaria para algo, e há alguns alvos já identificados.”

Entre esses alvos, estão cometas periódicos como o 73P/Schwassmann-Wachmann – e foi uma das possibilidades consideradas pela sonda europeia Giotto na década de 1980.

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