Economia Conheça os dez mandamentos para usar o cartão de crédito
Por Redação O Sul | 18 de maio de 2015
Se bem usado, o cartão de crédito pode se tornar um aliado da vida moderna. Caso contrário, pode ser o maior vilão do orçamento das famílias, o que vem ocorrendo ultimamente. Em abril, os juros do rotativo do cartão, cobrados quando o cliente paga apenas a parcela mínima, chegaram a 295,48% ao ano, o maior índice desde março de 1999, quando foram de 13,45% ao mês, o equivalente a 354,63% ao ano, de acordo com a Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade).
Segundo Miguel José Ribeiro de Oliveira, diretor-executivo da associação, oferecer cartões aos clientes é um bom negócio para os bancos e para as instituições de crédito. “O cartão é fonte de diversas receitas para essas instituições, que ganham quando você usa o rotativo e com a anuidade, além de receberem um percentual do lojista toda vez que você faz compras e conseguirem juros quando o empresário precisa antecipar o pagamento”, diz. Para Oliveira, há dois grandes problemas que fazem o consumidor se endividar cada vez mais: ter muitos cartões de crédito e gastar mais do que pode pagar.
Na opinião do professor da FGV (Fundação Getulio Vargas) Samy Dana, gastar acima do orçamento é um suicídio financeiro, já que os juros sempre estão acima da remuneração dos investimentos.
Pague o total da fatura.
Tanto Oliveira, da Anefac, quanto o professor Samy Dana, da FGV, afirmam que o consumidor nunca deve ficar devendo no cartão de crédito. A dica dos dois especialistas é para que o cliente busque outra modalidade de crédito para pagar a dívida. “Assim que verificar que não conseguirá pagar a fatura do mês, o cliente já deve procurar o banco para um empréstimo, para não entrar no rotativo”, explica Oliveira.
O crédito pessoal, com juros de 60,10% ao ano em abril, é uma opção. A melhor alternativa é o crédito consignado, que atualmente tem taxa máxima no país de 106,3% ao ano, para trabalhadores, e de 29,99% ao ano, para aposentados e pensionistas do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), segundo o Banco Central.
Cabresto nos gastos.
Cartão dá a falsa sensação de que o dinheiro não sai da conta. O pesadelo vem com a fatura. Anote gastos na agenda ou peça um limite compatível com sua renda.
Nacional ou internacional?
Ter um cartão internacional para comprar um vestido não é uma boa. “A anuidade é mais alta do que a do nacional. É bom para quem viaja ao menos uma vez por ano”, dia a técnica do Procon Renata Reis.
Usar para obter milhagens.
Essa é uma boa razão para usar cartão de crédito. O lado ruim: anuidade alta. Todos os bancos têm cartões que acumulam pontos. Encontre um que não os restrinja a apenas uma companhia aérea.
Cartão de loja?
Você vai precisar de uma bolsa extra se aceitar todos os cartões de crédito oferecidos em lojas, supermercados, farmácia… Nesse caso, a decisão é simples: vale a pena se você realmente for uma frequentadora assídua da loja. E se tiver benefícios em troca.
Competição a seu favor.
Especialistas recomendam comparar os ofertas disponíveis. As diferenças de preço existem e são grandes. Aproveite essa confusão para negociar bons descontos na sua anuidade.
Estabeleça o limite.
Tenha um limite inferior a 50% da sua receita líquida para não gastar mais do que pode pagar.
Evite fazer saques.
Cuidado. As tarifas cobradas para saques com cartão de crédito costumam ser elevadas.
Tenha datas diferentes de pagamento.
Se contar com dois cartões, aproveite para ter duas datas diferentes de pagamento, de preferência com uma diferença de 15 dias entre elas. Isso possibilita uma melhor administração do dinheiro.
Não ande com cartão sem necessidade.
Programe-se para usar o cartão com planejamento. Para as despesas miúdas do dia a dia, prefira dinheiro, que dói mais gastar. (AG)
