Colunistas Contagem regressiva

Segundo Temer, ele não pode ser responsabilizado por atos que são imputados ao PT e a Dilma (Foto: Folhapress)

O protocolo do pedido de impeachment da presidente da República Dilma Rousseff feito ontem na Câmara dos Deputados pelo presidente nacional Claudio Lamachia, e a reunião de hoje do diretório nacional do PMDB que ao aprovar a saída da base do governo,sinalizará para outros partidos o caminho idêntico, deixa claro que começou a contagem regressiva para o final deste governo. O vice-presidente da república, prudente, avisou ontem que não presidirá a reunião de hoje do diretório do PMDB do qual é presidente nacional. A razão é simples: como jurista consagrado, Temer quer evitar que seja acusado de atuar em causa própria,na medida em que a saída da presidente implicará na sua posse para concluir o atual mandato presidencial.

Segurando o pincel

A previsão é de que dentro de 30 dias ainda estejam ao lado do governo, apenas parte do PT,o PCdo B e o PDT aos quais será distribuída a maioria dos cargos do governo. De todos,o PDT talvez sofra o maior prejuízo para se recompor junto às suas bases.

A petição da OAB na íntegra

Quem lê o documento – que está disponível no site da OAB – basta clicar no link http://www.oab.org.br/arquivos/peticao-denuncia-309515598.pdf vai constatar que as fartas informações ancoradas em dados da investigação oficial não deixam margem para a gravidade da situação. Foram estas informações que levaram experimentados advogados de 26 seccionais da OAB de todo o país a aprovarem o pedido de impeachment. De todo o Brasil,após tomar conhecimento de todas as informações, apenas uma seccional se posicionou contra o impeachment, a representação do estado do Pará.

Lamachia: “a classe dos advogados não está dividida”

Mesmo diante da dificuldade em conceder uma entrevista mais longa,ainda assim o presidente nacional da OAB Claudio Lamachia reiterou ao colunista,pelo telefone, que “não há divisão da classe”. Ele disse que “é bom recordar que tivemos uma decisão nacional,e esta decisão passou por todos os estados brasileiros,com um debate de mais de 10 horas,e um resultado em que 26 estados se manifestam a favor e apenas um vota de forma negativa,não pode ser chamado de divisão da classe. Isso é uma decisão baseada em dados técnicos que apresentamos,mas principalmente uma decisão democrática de 26 a 1.

O pedido da OAB 

Este é o pedido formal da OAB: “Que a presente Denúncia seja recebida e processada nos termos do que estabelecem a Constituição Federal e o Regimento Interno dessa Casa, para os fins de reconhecer a prática, pela Presidente da República, dos Crimes de Responsabilidade descritos no art. 85, incisos II, V, VI e VII, da Constituição Federal e no art. 9º, inciso 7, art. 10, incisos 4 e 6, e art. 12, inciso 1, todos da Lei n. 1.079/50, encaminhando-se, por conseguinte, os autos ao Senado Federal, onde será julgada para impor à Denunciada a pena de perda de mandato, bem como inabilitação para exercer cargo público pelo prazo de oito anos, nos termos do art. 52, § único da Constituição Federal;

Testemunhas arroladas

A OAB arrola cinco testemunhas para serem ouvidas: o ministro Augusto Nardes do TCU; o Procurador do Ministério Público Federal junto ao Tribunal de Contas da União, Dr. Paulo Bugarin; o Senador Delcídio do Amaral; Bernardo Cerveró; e Eduardo Marzagão, assessor do Senador Delcídio do Amaral à época do fato.

Na BBC de Londres

Numa entrevista ontem à noite à rede BBC de Londres,o presidente da OAB Claudio Lamachia declarou que o pedido de impeachment não se fundamenta em apenas um ponto específico,”mas no conjunto da obra da presidente Dilma Rousseff”.

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