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Mundo Contágios por HIV dobram no Chile, maior percentual da América Latina

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Terapias retrovirais fazem que o HIV seja uma infecção tratável, embora ainda não haja expectativa de cura. (Foto: Reprodução)

Os contágios por HIV duplicaram no Chile nos últimos sete anos, informou nesta quarta-feira (11) o Ministério da Saúde ao constituir um programa de trabalho para enfrentar este grave problema de saúde pública.

Os 5.816 infectados confirmados em 2017, que marcam um aumento de 96% em relação aos 2.900 de 2010, alarmou as autoridades do país, levando ao anúncio de um novo Plano Nacional de Prevenção do HIV (vírus de imunodeficiência humana), que será apresentado em breve.

“Não queremos estender nem um minuto (essa situação) e tomaremos medidas para quebrar essa tendência”, garantiu o ministro da Saúde, Emilio Santelices, em coletiva de imprensa sobre medidas que terão foco principalmente em campanhas de informação, na promoção do uso de preservativo – que caiu 13% nos últimos anos – e na ampliação da quantidade de testes disponíveis.

No sentido contrário ao que acontece em grande parte do mundo, o Chile atingiu o maior percentual de infecções na América Latina, onde a tendência se mantém estável nos adultos. De acordo com cifras da ONU Aids para 2016, o Chile liderava o percentual de novas infecções na região, com 34%.

Jovens e adolescentes – com uma média de 25 anos nos novos infectados – constituem o grupo de maior risco, de acordo com as autoridades, que acreditam, entretanto, que o número real de afetados supere largamente os dados oficiais.

“Se nada for feito de concreto, daqui a quatro anos não vai haver família no Chile que não tenha um caso de HIV em seu entorno familiar, a coisa é séria assim”, alerta à AFP Carlos Beltrán, presidente da Corporação Chile-Aids, assessor do ministério da Saúde neste tema.

Segundo Beltrán, o total de casos confirmados – que no Chile alcançam as 65.500 pessoas – seria apenas a metade dos realmente infectados. “A cada duas pessoas infectadas, há uma que não sabe”, afirma.

Também preocupa o aumento da mortalidade em virtude da Aids. A taxa de mortes no Chile, de 2,9 por 100.000 habitantes, é o triplo da média mundial (1,2 por 100.000), segundo Santelices.

Banalização da epidemia

Mas, como um dos países considerados até agora um dos mais conservadores da região viu dobrar o número de infectados por HIV em sete anos?

No mesmo período na América Latina, países como Colômbia, El Salvador, Nicarágua, Uruguai, conseguiram diminuir o número de novas infecções por HIV (em torno de 20%), e outros, conter a epidemia, como Brasil e Argentina, onde as novas infecções aumentaram apenas 3%.

Os dados apontam, principalmente, a uma mudança no comportamento sexual dos jovens e à falta de educação sexual adequada desde pelo menos uma década, ainda como efeito do conservadorismo que permeia a elite chilena.

“A representação social do HIV é muito diferente hoje do que algum tempo atrás: há uma certa banalização ou normalização da epidemia”, diz à AFP o representante da ONU Aids para o Chile, Carlos Passarelli.

Os tratamentos com retrovirais – aos quais têm acesso todos os soropositivos no Chile – fazem com que o HIV seja hoje uma infecção que, embora ainda não tenha cura, é completamente tratável. Com tratamento adequado, a expectativa de vida é a mesma das pessoas não infectadas.

Acredita-se que por isso os jovens e adolescentes chilenos tenham perdido o medo da doença, enquanto mudaram seus códigos de comportamento sexuais. “Hoje em dia as relações sexuais ocorrem de uma forma que antes não se conhecia”, diz o representante da ONU Aids.

Os jovens também se inicial sexualmente mais cedo, têm um número maior de parceiros sexuais, e recorrem menos a medidas de prevenção contra doenças sexualmente transmissíveis.

“Há uma mudança nas motivações que levam às relações sexuais. Elas não têm mais nada a ver com afetos ou paixões, são encontros e nada mais”, explica Beltrán.

“Os jovens chilenos não têm mais medo da Aids. De fato, estão dispostos a se expor voluntariamente ao vírus, tendo relações com pessoas infectadas”, acrescenta o especialista.

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