Geral Copiloto que fez avião cair com 150 pessoas a bordo procurou dezenas de médicos, diz procurador
Por Redação O Sul | 6 de junho de 2015
Um procurador estadual diz que Andreas Lubitz, o copiloto com histórico de depressão que derrubou o avião da Germanwings nos Alpes franceses, em março deste ano, havia contactado dezenas de médicos antes do desastre. A revelação sugere que o profissional estava procurando conselhos sobre sua condição.
O promotor de Marselha (França), Brice Robin, em entrevista à agência de notícias Associated Press, disse que não falaria sobre os sintomas de Lubitz. Robin chefia a investigação criminal sobre a queda do avião. O promotor disse que se encontrará com as famílias das vítimas para falar sobre a investigação – algumas delas reclamam da demora do relatório final sobre o desastre aéreo.
Acidente
O voo 9525, um Airbus A320 da empresa alemã Germanwings, subsidiária da gigante da aviação Lufthansa, caiu no Sul dos Alpes franceses em 24 de março. Cento e cinquenta pessoas – das quais 144 passageiros e seis integrantes da tripulação – morreram na hora em decorrência do acidente.
A aeronave partiu de Barcelona (Espanha) com destino à Düsseldorf (Alemanha) às 10h01min (6h01min, horário de Brasília-DF) e deveria ter pousado às 11h37min. No entanto, sumiu dos radares às 10h53min (6h53min em Brasília-DF).
O Airbus A320 começou a cair um minuto depois de ter alcançado 38 mil pés, sua altitude de cruzeiro, e continuou em uma queda brusca por oito minutos. À época, a vice-presidente para a Europa da Lufthansa, Heike Birlenbach, afirmou que o avião sofreu um acidente, acrescentando que qualquer outra hipótese seria especulação.
Posteriormente, foi confirmado que o avião foi derrubado deliberadamente pelo copiloto, que estava sozinho e trancado na cabine enquanto diminuía rapidamente a altitude da aeronave. Áudio recuperado da primeira caixa-preta, encontrada dias depois da tragédia, mostrava a tentativa do piloto, Patrick Sondenheimer, em fazer com que Lubitz abrisse a porta enquanto tentava arrombá-la. “Pelo amor de Deus, abra a porta!”, gritou Sondenheimer. “Abra essa maldita porta!”, ele pediu nove minutos depois.
Os destroços da aeronave foram encontrados por um helicóptero de resgate em uma área de difícil acesso – a 2 mil metros de altitude –, na região de Digne-les-Bains, segundo o governo francês.
Identificação
Os corpos de todas as vítimas do acidente foram identificados e agora poderão ser enviados a suas famílias em diversos países. “Os 150 atestados de óbito foram assinados, assim como as permissões para o funeral”, dizia o comunicado da promotoria de Marselha.
O promotor informou que os executivos da companhia Lufthansa receberam documentos em várias línguas que permitirão a repatriação dos corpos. Em nota, o promotor Robin, anunciou que validou o trabalho da comissão de identificação que se reuniu no dia 15 de maio na cidade, localizada no Sudeste da França.
Prazo
O término do trabalho de identificação ocorreu quase dois meses depois do acidente, cumprindo o prazo previsto pelas autoridades encarregadas do serviço. Em abril, os investigadores afirmaram que tinham identificado 150 perfis genéticos diferentes, restando apenas atribuir cada um deles à vítima correspondente.
Para isso, a comissão usou amostras de DNA, que foram enviadas pelos parentes e objetos encontrados na região do acidente. Outros elementos foram utilizados pela equipe apenas nos casos em que isso foi possível. (AG e Folhapress)
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