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Por Redação O Sul | 29 de agosto de 2017
A Coreia do Norte divulgou imagens do lançamento de um míssil Hwasong-12, que sobrevoou o Norte do Japão e caiu no oceano Pacífico na manhã de terça-feira (29) – noite de segunda-feira (28) em Brasília –, segundo o governo japonês. Em nota divulgada com as imagens, Pyongyang chamou o lançamento de um “primeiro passo para a operação militar no Pacífico e um prelúdio significativo para conter a ameaça em Guam”, citando a ilha em que os EUA mantêm bases instaladas.
O ditador da Coreia do Norte, Kim Jong Un, liderou o lançamento do míssil balístico de médio alcance em uma ação para conter os exercícios militares conjuntos de Estados Unidos e Coreia do Sul, informou na quarta-feira (horário local) a agência norte-coreana oficial de notícias KCNA. “O atual foguete balístico lançado em exercício como uma guerra real é o primeiro passo da operação militar da KPA [Forças Armadas norte-coreanas]”, afirma a nota.
A Coreia do Norte ameaçou disparar quatro mísseis Hwasong-12 para o mar perto do território dos EUA no Pacífico em Guam neste mês, depois que o presidente norte-americano, Donald Trump, disse que a Coreia do Norte enfrentaria “fogo e fúria” se ameaçasse os Estados Unidos.
Esse foi o 13º lançamento de um míssil balístico por parte de Pyongyang neste ano, disparado das proximidades da capital norte-coreana, e o primeiro desde 2009 que sobrevoou Japão, após o que percorreu uma distância superior a 2.700 quilômetros e caiu no mar a cerca de 1.180 quilômetros do Cabo de Erimo, no extremo do Nordeste do arquipélago japonês.
O novo teste aconteceu depois que Pyongyang lançou no sábado três projéteis balísticos de curto alcance nas águas do mar do Japão, e após testar no mês passado dois mísseis balísticos intercontinentais.
As forças americanas determinaram que o míssil, disparado de uma base não muito distante de Pyongyang e que caiu no Pacífico, a leste do Japão, não representou uma ameaça para o território dos Estados Unidos ou para a ilha de Guam, detalhou o comunicado. “As ações ameaçadoras e desestabilizadoras apenas aumentam o isolamento do regime da Coreia do Norte na região e entre todas as nações do mundo”, afirmou a Casa Branca em um comunicado. “Todas as opções estão sobre a mesa”, ressalta a nota oficial.
O míssil provocou alarme no arquipélago japonês. As sirenes de alerta tocaram no norte, e milhões de cidadãos receberam uma mensagem do governo em seus telefones celulares que dizia: “disparo de míssil. Mantenha-se protegido”. O tráfego ferroviário foi temporariamente suspenso.
O projétil percorreu 2.700 quilômetros e alcançou uma altitude máxima de 550 km antes de cair no Pacífico. Foi disparado no sentido leste, e não em direção à ilha de Guam, uma importante base americana a 3.500 km da Coreia do Norte.
Escalada
O lançamento desta terça-feira representa uma escalada significativa da parte de Pyongyang. No começo do mês, os norte-coreanos haviam ameaçado disparar mísseis na direção da ilha de Guam. Um ataque desse tipo teria de passar, necessariamente, sobre o arquipélago japonês.
O líder norte-coreano, Kim Jong-un, acabou se distanciou do suposto plano para atingir o território de Guam e disse que poderia esperar. Ele advertiu que, para isso, era “necessário que os Estados Unidos fizessem a opção certa”.
Pyongyang avançou rapidamente em sua tecnologia militar, com um programa que rendeu ao país o endurecimento das sanções impostas pela ONU.
Em 5 de agosto passado, o Conselho de Segurança aprovou por unanimidade um novo pacote de sanções contra a Coreia do Norte pelo teste de um míssil com capacidade para atingir o território americano.
As penalidades econômicas têm o objetivo de punir as exportações norte-coreanas de carvão, ferro e do setor de pesca, o que deve privar o país de quase um bilhão de dólares por ano em arrecadação. (Com agências internacionais)