Sábado, 20 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 5 de outubro de 2019
Um coronel da Brigada Militar pesquisou dados no Sistema de Consultas Integradas para verificar se sócios de uma empresa responsável pela comercialização de bitcoins, a Indeal, estavam sendo investigados ou sob risco de serem presos. A ação foi descoberta pela Polícia Federal (PF) no decorrer da análise de mídias apreendidas na Operação Egypto, feita em maio e que prendeu 10 sócios da empresa.
No material investigado, conversas entre uma advogada da empresa, Veridiana Fumegalli Paiva, e o coronel da BM, Régis Rocha da Rosa, aponta uma suposta extorsão que estaria sendo praticada por policiais civis de Novo Hamburgo contra os empresários. A advogada procurou o coronel para pedir que ele verificasse se seus clientes estavam sendo investigados ou correndo risco de serem presos.
As mensagens de WhatsApp apreendidas pela PF indicam que a advogada marcou encontro pessoal com o coronel, que é diretor do Departamento de Comando e Controle Integrado (DCCI) da SSP, para tratar do assunto. A reunião teria acontecido na sede da SSP, no Centro de Porto Alegre. Depois da conversa, em fevereiro deste ano, a advogada enviou mensagem a um dos sócios da Indeal atestando que fora feita pesquisa com os nomes de cinco sócios e que não havia nenhum risco de prisão.
No entanto, o favor prestado pelo coronel não teria sido de graça. Em depoimento à PF, a advogada disse que depois de fazer a consulta e dar a informação de que os sócios da Indeal não estavam prestes a ser presos, o oficial da BM demonstrou interesse em saber como funcionava os investimentos na plataforma da empresa.